Parabéns, você conseguiu! Onipresente, destruiu todos os
planos que eu havia feito para um dia perfeito. Venceu uma partida do jogo de
xadrez do sentimentalismo teletransportando-se mentalmente para o cérebro da
Rainha. Xeque-mate! Com toda franqueza, não te desprezo. Com toda fraqueza, só
peço que pare. Aliás, você já não faz mais nada. Você está e não está, magoando
pessoas que estão magoando outras criaturas exatamente agora. Triste fim.
Mas você despertou a ira do amor. E isso eu não posso
consentir. Tudo o que você plantou sem querer começa a querer devorar o querer
bem. A atenção, o cuidado, as inúmeras tentativas de agradar, agora se tornaram
ervas daninhas capazes de consumir até fogo, se eu assim deixar. Só que essas
ervas daninhas carregam um bem precioso demais pra eu cortar o mal pela raiz.
Minha cabeça anda confusa e o único jeito que eu tenho pra resolver isso é
confiar no Bem magoado. Talvez ele tenha a saída. O Bem e o Tempo.
Eu tenho medo que a Rainha se perca. Confundida pelo
Onipresente, acredite piamente que ele estará lá sempre que ela precisar. Eu
estarei. Guiado pelo Bem, se assim Deus me permitir. Só que eu tenho medo que o
Bem se canse e que perca as forças paulatinamente, me deixando desnorteado e
sem ânimo para continuar. Venho de um confronto direto com o Onipresente, que
me deixou cicatrizes profundas, todas curadas com muito suor e lágrima.
Disseram-me que o Bem tinha as respostas. Acho que ele as tem.
Derrotado na primeira batalha, não me acomodarei. A guerra
em busca da Vida está só começando e eu não abro mão dessa vitória de maneira
alguma. Tenho minhas armas e vou usá-las com a maior parcimônia possível. A
arte da guerra, já ouviu falar? Guerra de tronos. Pelo Bem da Rainha. Pela
Rainha de Bem.
Bem, Rainha, a sorte está lançada!
Bem, Rainha, a sorte está lançada!