Certa vez, uma amiga me perguntou se eu não tinha sonhos de consumo. Prontamente e com toda a gana de rapaz satisfeito, eu respondi que não, que meu maior sonho naquele momento era passar no vestibular e proporcionar uma vida melhor à minha mãe. Mas será que realmente eu não tenho sonhos maiores do que esse? Ou será que eu simplesmente deixei de acreditar em meus próprios sonhos?
Achar que tudo dará errado por causa de experiências mal-sucedidas no passado é normal até certo ponto. Digo isso por experiência própria. Não saber diferenciar o que é pessimismo e o que é realismo pode até te deixar de cama, sabia?! É o futuro namoro que não vai “engatar”, o emprego mais cobiçado que você não tem capacidade pra encarar, a nova escola que você acha que vai odiar… São os complexos que devem ser superados.
Toda essa contextualização serve para contar a história da mulher que me deu inspiração pra escrever este texto: Susan Boyle. Pra quem não a conhece, no último dia 11 de Abril, Susan, de 47 anos, foi ao palco do “Britains Got Talent”, uma espécie de Ídolos americano, mostrar seu talento com a música. Por causa de sua idade e por ter dito que seu sonho era “ser uma cantora profissional”, Susan despertou risos de uma plateia acostumada com o estereótipo de que pra ser cantor profissional é preciso jovialidade e outros quesitos que aparentemente ela não tem. Até o metido jurado do programa desacreditou na jovem senhora.
Quando começou a cantar “I Dreamed a Dream”, do espetáculo “Os Miseráveis”, Susan encantou o auditório e o júri com sua perfomance. Foi aplaudida de pé e agora é febre em toda a internet. A cantora revelação já tem fãs pelo mundo inteiro. Aqui no Brasil, Miguel Falabella comentou que irá fazer um episódio de Toma Lá Dá Cá, da Rede Globo, inspirado na apresentação de Susan. E agora não há quem tome dela o seu sonho.
Acreditar em si mesmo. Esquecer um pouco do que os outros acham ou vão achar de suas atitudes, de suas decisões. Não deixar de sonhar, mesmo que esse sonho pareça infinitamente inalcançável. E seguir em frente…
É, eu tenho outros sonhos sim. Sonhos que podem até parecer infinitamente inalcançáveis, mas que por serem meus sonhos não vou deixar que tomem de mim. Não sonhos de consumo ou sonhos que desmereçam os outros sonhos. Porque se tem algo que restou da minha infância, foi a capacidade de sonhar.
Para ver o vídeo da Susan, clique aqui.