quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Jamille Fontes Leite

Você já teve a oportunidade de escrever uma dissertação sobre alguém especial? Não poder extrapolar linhas, ter que ser imparcial, não dizer nada em forma de poesia, esquecer que a narração existe... É difícil, mas não é impossível. A missão de hoje é falar da Jamille Fontes Leite de um jeito que ninguém nunca falou. De um jeito onde palavras tentarão expressar tudo o que ela expõe para o mundo exterior, de uma maneira única, marcante e especial.

Ser Jamille é fácil. Ter uma família excepcional, os melhores amigos, as melhores companhias. Ter uma beleza incomparável, uma razão inconfundível, os melhores argumentos. Ser uma pessoa sempre disposta a ajudar, sempre preparada para ouvir, aconselhar, debater. Entretanto, não basta apenas Ser e Ter, também é necessário Estar. Estar de bem com a vida, estar apaixonada pelo que faz e pelo que vive, por vezes a sonhar, estar feliz, estar sorrindo.

Ser uma Fontes Leite é ter um pai, uma mãe e um irmão que se preocupam com você. Sem falar da família inteira, que a considera parte integrante do seu dia a dia, como uma filha. É chamar atenção por onde for, seja pela sua determinação ou por sua vaidade – mínima, porém extremamente sedutora. É ser menina e mulher, a qualquer hora, em qualquer lugar, com qualquer pessoa.

Mas ser Jamille também esconde um lado difícil. É estar sempre querendo independência, balançar um pouco para o rumo da teimosia e, na maioria das vezes, cultivar certa falta de paciência. É ter uma vontade louca de fazer alguma coisa, mas não saber o que é. É querer exercitar seu espírito aventureiro, mas a sociedade não deixar, alegando que aquilo é perigoso e pode machucar. Mas e a vida? Também não é perigosa e não nos machuca a todo instante? Deveríamos, portanto, parar de viver?

Ser Jamille Fontes Leite é ser uma pessoa feliz, que tem tudo o que precisa e, em si, todos os sonhos do mundo. Alguém que pretende ser mais feliz ainda no futuro. Viajar, estudar, crescer, casar, ter filhos gêmeos, aproveitar a vida a cada oportunidade e descobrir a maravilha que é viver. Alguém que tem Deus como seu grande guia, seu grande Pai. E que não precisa ser o centro das atenções para seguir em frente. Passar despercebida sim, mas deixar de amar aqueles ao seu redor, jamais. E cabe a nós, enquanto aqueles ao seu redor, fazer dessa menina linda, amiga e apaixonante, a pessoa mais feliz do mundo. E isso, a gente sabe muito bem como é que se faz!


Marcos Lima 
19.08.2010

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Diálogo entre o Ser e Estar

Quem disse que os verbos não podem dialogar entre si? Quem falou que verbos não discutem de vez em quando? Quem determinou que verbo não tem vida? Quem? Quando? Onde? Por quê? Essas tais palavrinhas carregam uma carga emocional enorme. E de quem é a culpa? Seria da letra r, responsável, regular e rotineira? Ou seria do a, da angústia, do e, do estado de espírito, ou do i de impotência? Não sei, nunca soube nem desejaria saber.

Imagine sua vida sem verbos. Opa! Calma lá. Não daria pra imaginar. Imaginar não existiria. Assim como sonhar, querer, almejar, desejar... Todas as suas vontades seriam jogadas no lixo, simplesmente por causa da falta de um meio para se expressar. Não quero ser tão radical, mas não daria, também, pra ver, ouvir, falar, sentir ou cheirar. Resumo esse parágrafo com uma constatação com certeza já feita por você, leitor atento: não daria pra viver!

E viver, no fundo, no fundo, é o que todos queremos. Queremos o sabor dos sonhos, da vitória, do amor, da amizade, do carinho, do respeito. Queremos ser qualquer coisa e estar em qualquer lugar - mesmo não podendo ser qualquer coisa ou estar em qualquer lugar. Ser e estar se tornam coisas totalmente distintas – e eu não consigo entender o porquê de um único verbo em inglês possuir dois significados em português (to be = ser ou estar).

Se você está apaixonado, obrigatoriamente, tem que ser uma pessoa apaixonada. Não dá pra fingir paixão ou apenas estar sentindo algo fora de sua personalidade. Se você nunca foi alguém assim e agora está sentindo isso corroer suas veias, considere-se, sim, uma pessoa apaixonada, pois o simples fato de sentir a paixão uma vez já o torna alguém com essa qualidade. Ser assim mantém acesa a chama do amor, a curiosidade, o desejo pelo novo ou a simples continuidade do viver. Você está por um tempo. Você é pra sempre.

E vão construindo telhados. Conversas fazem do verbo um ser mais forte. Um ser que está sempre presente, sempre preocupado em deixar sua marca e nunca se sentir inútil. O fato é que ele sempre terá utilidade. Como as pessoas, sempre em busca de crescer, evoluir, sentirem-se necessárias para os outros – ou para si mesmas. Alguns fracassam, eu sei, mas por pura falta de resistência. Ou vocês acham que os verbos não ficam tristes, cabisbaixos e arrasados com construções do tipo: “Oi, tudo bem?”, “Ui!”, “Opa!”, “Calma lá!”...

Na vida de um verbo, dá pra ser verbo sempre, mas sempre estar em movimento, mudando de acordo com o contexto ou com a necessidade. Na vida de um homem, dá pra ser homem sempre, mas sempre estar em movimento, mudando de vida, buscando o novo, enfrentando os problemas, se adaptando de acordo com o contexto ou com a necessidade. Talvez por isso Deus tenha criado o verbo depois da luz, para que pudéssemos enxergar toda sua plenitude com olhos de alguém que é o que é e que está sempre disposto a cada dia melhorar.

sábado, 7 de agosto de 2010

Reclames

Saco meus paus e pedras. Começo a mirar em tudo e em todos. É inútil querer um sentido pra si. A festa rola e, por dentro, pura ânsia. Vontade de fazer diferente, de ser diferente, expulsar os fantasmas. Uma lágrima beira sair por meus olhos. Mas disfarço, me faço de forte pra não desabar. Egoísmo. Bobagem. Um espelho e minha imagem, magoada, perdida, querendo atenção. Falta alguém. Falta alguém pra desabafar, falta alguém pra perguntar o porquê de tudo isso, falta você. E eis que surge. Cabelo novo, vestido novo, jeito novo. Um sorriso apaziguador. E eu desmancho. Me destraio em meio a tanta beleza. Você levanta, como quem nada quer. E eu tudo quero. Quero você do meu lado, quero te ter por perto, certo. Te fito incessantemente. Que corpo, que curvas, que mulher! És minha. Só minha. E de todos os meus malditos defeitos. E lá vai você de novo, embora, pra perto. Some de minha vista e só me resta aceitar. Me destraio e saio de você. E eis que volta. Terrível, sedutora. Com um beijo no pescoço, diz que me quer e elogia. E eu me esqueço. De tudo o que disse, pensei e falei, eu me esqueço. De cada reclame abusado, eu me esqueço. De cada falta acusada, eu me esqueço. E te tenho de volta, pra perto de mim. Pra sempre. Enquanto houver uma lua quase cheia no céu e de volta pra casa, sempre seu. Sempre minha. Sempre nós.