sábado, 16 de agosto de 2008

A Arte de Escrever

Essa história de escrever não é pra qualquer um, mesmo. Haverá dias em que você vai estar super inspirado, vai deixar as palavras simplesmente fluírem da sua cabeça, esteja escrevendo ou digitando, e embarcar em um mundo diferente, que te prende e, ao mesmo tempo, te fascina. Porém, em certas noites modorrentas, nem sequer um verbete vai conseguir se desfazer daquele emaranhado de idéias e você vai ser mais um frustrado por não conseguir traduzir em palavras o que está sentindo naquele momento.

Calma. Não estou aqui dizendo que você jamais vai conseguir escrever ou que não é sábio o bastante para isso. Não! O que quero deixar claro é que escrever, seja pra você mesmo ou para os outros, não é tão simples quanto respirar. Existem várias maneiras de se fazer o escrever. Vamos às duas que considero principais:

A primeira é a escrita forçada, aquela das suas aulas de redação e das tardes gigantes do dia do vestibular. Ela é fácil, o problema é a pressão que o tempo exerce sobre você naquele momento. Isso sem falar nos professores mestres em redação que conseguem descobrir um erro por mais escondido que ele esteja. Tem como imaginar que aqueles caras já fizeram uma redação mal-feita alguma vez na vida?!

A outra é a escrita que mais se populariza hoje em dia, com o advento da internet. É o escrever quando bem se entende, é a escrita dos diários virtuais, dos blogs, da rede em geral. Excluindo alguns desses blogs, que seguem a tendência de uma escrita correta na net, encontramos um outro problema em relação a essa forma de exprimir idéias aparentemente fácil: a evolução evidente de uma nova linguagem, chamada por alguns de “internetês”.

O tal “internetês” virou o grande vilão dos educadores dessa geração. Em uma sociedade onde cada vez mais a criança e o adolescente passa grande parte de seu tempo livre navegando, fica evidente que esse mesmo tempo, tão precioso para todos nós, faz com que palavras ganhem inúmeras formas de abreviação, o que reflete na própria aprendizagem do aluno. Ou alguém já imaginou um desses viciados em internet sentado na cadeira da ABL, escrevendo um artigo para um desses jornais famosos?!

É por essas e outras que escrever não é a tarefa mais simples de todas. Requer, acima de tudo, prática, leitura e uma boa visão de mundo.
Ah! E é bom ter uma inspiração por perto, senão o que diriam os nossos ancestrais, inventores da escrita pré-histórica?!

No mínimo iriam te mandar desenhar a bunda da mulher melancia...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Vulgar

Vulgar pode ser um ato, às vezes estranho, convenhamos
Mas quem não é vulgar?
Vulgar na omissão
Vulgar em seu íntimo
Até mesmo vulgar pra todo mundo ver

Existe o vulgar sensato, aquele banal, que ninguém liga
Tem o vulgar aparentemente normal
Que todo mundo gosta, mas todo mundo condena

Vulgar pode ser ou virar história
Pode ser comédia, drama, recital ou mesmo uma baladinha de sexta à noite

Pode ser amiga, inimiga, segunda ou domingo

Vulgar nada mais é do que ser vulgar
E ser vulgar nada mais é do que deixar de fazer parte de um mundo extremamente vulgar
E dar asas à imaginação de um mundo novo
Um mundo normal, um mundo perfeito
Só que um mundo mais vulgar ainda...

Marcos Lima

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Aproveitando a validade da vida...

Todas as pessoas têm prazo de validade. Seja por envelhecer ou por deixar de fazer parte de sua existência, pelo menos naquele instante.

Não falo de morte ou de uma viagem para o desconhecido. Vai muito além. Enjoar a cara das pessoas com que você convive diariamente faz parte desse show chamado vida. Existem aquelas que você jura que nunca vai se aborrecer e acaba por sentir um repúdio mais forte que o poder divino.

Sim. Deus também cansa de ouvir tanta reclamação ao pé do ouvido. Ou você pensou que Deus fosse tão paciente quanto o Rubinho Barrichello?! Sim. Ele é paciente, bondoso e nunca esquece de você. Mas é que, às vezes, é bom brincar de ser Deus.

Já imaginou se você pudesse ser Deus?! Traria a paz pro mundo, baseada em ideais socialistas, ou só iria ligar pra si, reafirmando a doutrina capitalista existente? Aposto que você ficaria com a primeira opção, mas faria exatamente igual à segunda.

Em relação ao prazo de validade citado no início desse texto... Eu não sei como me agüento!! Sinto que minha data de validade chega todo dia, mas eu consigo me renovar, com o auxílio de outras pessoas, daí a necessidade de se fugir da solidão. Mas será que dá pra fugir da solidão quando você vê o prazo de validade do outro vencer?!

Na realidade, essa validade é um juízo feito por nós. Amadurecemos, envelhecemos e somos, na maioria das vezes, mais respeitados por isso. Pra quê então dizer que o outro está velho, louco ou desvirtuado das idéias?! Um dia, pode acreditar, nossa validade também chegará ao fim e ficaremos maluquinhos da vida por não poder se renovar.

Ah! Isso vale também pra validade do amor. A hora, a pessoa e o lugar certo, eles vão aparecer. O negócio é não julgar-se por ser velho ou inexperiente demais. Todos começaram inexperientes e terminaram a vida experientes até demais...

Preciso parar por aqui. Pretendo dormir e começar um novo mês. De descobertas, romances, desilusões, poemas e tudo mais que Deus me reservar. Pois sem Ele, nossa validade já teria se esgotado há muito tempo...

Texto dedicado a Mariana Parga