segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Métodos Marckosianos (7)

Hora da retrospectiva. Hora de abrir as gavetas, retirar o lixo acumulado, arrumar todo o volume amontoado e procurar aproveitar apenas aquilo que vale a pena de verdade. Selecionamos pessoas, histórias e fotografias e as colocamos no baú do recomeço, esperando que a fagulha do novo seja capaz de preservar emoções inesquecíveis. Prolongamos sentimentos, analisamos condutas e acabamos culpados pelo simples ato de tentar novamente. Mais uma chance pra tentar ser feliz. Mais um ano pra chamar de seu.

Não sei ao certo se 2012 foi um ano bom pra mim. O fato de encerrá-lo com saúde, bons amigos e paz em família já é suficiente pra afastar todos os prognósticos de que os últimos 366 dias foram ruins. Mas acontece que o ser humano é insatisfeito. Nada está 100% perfeito e sempre vai faltar a peça do quebra-cabeça capaz de finalizar a brincadeira. E que peça é essa capaz de deixar o trem seguir em linha reta? Que peça é essa capaz de acabar com a diversão? Terminar o jogo é a melhor saída? Não sei não...

Decidi contar um pouco sobre meu ano selecionando 12 palavras que sintetizam, mais ou menos, tudo aquilo pelo que passei. Não posso jamais abrir minha boca e dizer que fui infeliz nos últimos meses. Seria uma ofensa contra mim e contra as muitas pessoas especiais que passaram por minha vida durante 2012. Felicidade é uma questão de espírito. Ou só questão de ser, como diz Jeneci. E que comecem os trabalhos...

PERDÃO. Eu sempre fui de perdoar. Deixar as mágoas pra trás e resolver meus problemas de maneira pacífica e ordeira. Ao longo desses 21 anos, muita água ofensiva rolou por debaixo da minha ponte, mas eu consegui controlar a onda formada ao meu redor. Perdoei atitudes, palavras (ditas e não ditas) e condutas, mantendo a cabeça erguida enquanto esperava que tudo voltasse ao normal - se assim tivesse de ser. O tempo passou e um dos meus grandes amigos de infância voltou a frequentar minha vida. Minha ausência deve ter servido pra alguma coisa e hoje ele mostra ser uma pessoa bem melhor do que aquela que perdeu minha confiança anos atrás. Espero que tudo continue assim. E que nossas memórias continuem firmes pra lembrar daquele passado glorioso de outrora.

MEDO. Mentira se eu disser que não tentei recomeçar, amorosamente falando. Tentei - de uma maneira torta, é bem verdade -, mas tentei. Eu sempre disse que tentar é melhor do que deixar pra lá. Mas em 2012 eu consegui a brilhante proeza de tentar deixando pra lá. Não fui mais feliz porque faltou coragem. Coragem do beijo roubado, da decisão na hora certa, coragem de parar de pensar nos outros e olhar mais pra mim... Mas a culpa não é só minha. É difícil tentar ser corajoso quando a outra pessoa não esboça reação ou quando sequer sugere que algo pode acontecer. Faltou coragem pra agir, mas não faltou decepção pra aprender.

DECEPÇÃO. Nós sempre iremos nos decepcionar. Com a namorada, com o marido, com o time de futebol, com o político eleito. A decepção está na linha da vida. Tentar evitá-la é pura perda de tempo. Mas dá pra aliviar a dor se preparando para o pior. Não sugiro que sejamos pessimistas, apenas desconfiados e um pouco atentos aos movimentos do jogo. Você, minha cara, é meu retrato de decepção em 2012. E todos os seus medos e complexos? E todos aqueles telefonemas querendo me ver, tipo, do nada? Não era um sinal? Entendi errado ou você queria brincar de sugerir o que não poderia ser sugerido? Eu sei. Fui embora primeiro, mas você sabe o motivo: querer e não ter estava ficando insuportável. Perdi você duas vezes em um único ano. Agora é pra valer. A gente se perdeu...

MARASMO. Larguei o emprego porque a faculdade iria me tomar muito tempo. Risos. Veio a greve das universidades federais e todos os meus planos foram por água abaixo. Consegui descansar e recarregar as baterias por um longo ano. Fiquei viciado em Avenida Brasil e escrevi até um texto falando sobre a novela. Pra quem não parava desde 2010, uns meses acordando às 10 da manhã fizeram um bem danado. Agora vou deixar a preguiça existencial de lado, arregaçar as mangas e começar novos projetos em 2013. Espero que tudo dê certo, se Deus quiser!

MUDANÇA. "Valeu a pena acreditar na mudança, valeu a pena!" Eu nunca me envolvi tanto com política quanto durante as últimas eleições municipais em São Luís. Indignado com a gestão do ex-prefeito (como é bom poder colocar esse prefixo) João Castelo, usei minha voz e mínima influência nas redes sociais pra espalhar a ideia de que mudar era preciso. Edivaldo Holanda Jr. se tornou um dos ícones e ídolos da minha curta existência. O candidato que carregava o 36 no peito, assim como milhares de ludovicenses, se mostrou, acima de tudo, humilde, conseguindo vencer a eleição depois de 3 meses de muito suor pelos bairros. A dura tarefa de comandar uma das cidades mais antigas do Brasil começa agora. Espero não ter que colocá-lo na lista de decepções da minha vida daqui a algum tempo. Espero de verdade...

DIVERSÃO. Eis as vantagens de ser solteiro: poder sair sem dar satisfação, aproveitar o melhor da noite sem ter que se explicar no dia seguinte, fazer o que der na telha, etc, etc, etc. E como eu me diverti em 2012. Baladas, festas particulares, lanches, almoços, jantares. Até a mais simples ida ao cinema foi motivo de diversão no ano que finda. Com a ajuda do velho e querido álcool, muitas emoções foram potencializadas, muitas mensagens foram mandadas na hora errada e até algumas mordidas foram dadas, tudo em prol do "ter história pra contar". A gente não ganha nada, mas se diverte!

EFÊMERO. Ah, o efêmero! As emoções passageiras, o beijo que não dura mais que uma noite, as palavras ditas que não fazem o menor sentido no amanhã... Pela primeira vez, descobri a sensação por trás do "ficar sem compromisso" e me acostumei com certas coisas. Ainda tentei ligar no dia seguinte, mandar mensagem pelo Facebook, puxar papo no Whatsapp, mas uma hora acordei e percebi que aquilo não era o que ninguém queria. Estabeleci limites e fui sincero até onde pude, tentando fazer com que ninguém saísse magoado desse arremedo de relacionamento. Se o fiz, peço sinceras desculpas. A gente erra na melhor das intenções. Faz parte da vida.

ZUERA. Não, a palavra não está escrita errada. A "zuera" a que me refiro é a diversão desmedida dos amigos maranhenses do Twitter. Uma turma legal que tive o prazer de conhecer em 2012 e responsável por muitos e bons momentos de alegria e loucura no ano que se encerra. Afinal, não é todo dia e com qualquer grupo de amigos que você leva sua mãe de 40 anos para ir ao banheiro de um bar onde rockeiros se reúnem no fim de semana. Nunca vou me esquecer da cara dela olhando pra eles e dizendo: "esse lugar é estranho!".

CONHECIMENTO. Li muito mais que 400 páginas em uma semana, como desejei ano passado. A faculdade e o prazer pelo saber me transformaram em um leitor sedento até por bula de remédio. Não que eu não tivesse esse hábito antes, mas ele foi potencializado em 2012 e, com certeza, será mais ainda nos anos seguintes. Vi bons filmes, li muita coisa e ouvi histórias incríveis de gente igualmente sensacional. Aliás, essa sede de conhecimento é um conselho que sempre darei para qualquer um. Se quiser me agradar, me peça uma sugestão de filme ou livro. Todo mundo sairá satisfeito da conversa...

PROMESSA. Como eu prometi em 2012. Prometi uma caixa de chocolates pra uma amiga na Páscoa e nada até hoje. Prometi que não sairia da vida de uma pessoa e saí - por um motivo plausível, mas saí. Prometi cumprir algumas promessas antigas e nada. E quanto aos furos e bolos? Desmarquei tantas saídas previamente combinadas que até perdi a conta. Mas tem uma explicação, eu acho. O marasmo de 2012 me fez desistir de muita coisa. A empolgação de uma semana inteira ia embora justamente no dia em que o evento aconteceria. Tudo culpa da preguiça existencial. Mas isso acabou. Faço agora a primeira promessa pra 2013: prometer menos e agir mais. E que eu consiga cumpri-la, afinal.

SHOW. David Guetta, Pouca Vogal, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Vander Lee, Alcione, Zeca Pagodinho e Roupa Nova, sem contar as bandas maranhenses. Nunca fui em tanto show como em 2012. A companhia agradável, seja da família ou dos amigos, contribui fortemente para tornar o espetáculo inesquecível. Encerro o ano com lembranças marcantes de cada um desses shows. E que venha muito mais em 2013.

SURPRESA. Muita coisa me surpreendeu em 2012. Foram histórias, casos vistos na televisão, algumas pessoas (que foram gratas surpresas especiais do ano que se encerra) e, principalmente, as manifestações de parabéns pelas redes sociais no dia de meu aniversário. Pela primeira vez, consegui perceber como as pessoas me veem de verdade. Longe de toda a falsidade e indiferença que supostamente reina na internet, li depoimentos e desejos sinceros totalmente inesperados. Gente que não tem um grande contato comigo na "vida real", mas que me admira pela web, por exemplo. A todos que me desejaram parabéns no dia 17, meu muito obrigado. Juro não decepcioná-los e tentar ser alguém melhor a cada dia.

Pois bem. O texto é grande, mas é de coração. Acho que resumi de maneira satisfatória um pouco desse 2012 controverso. A vida continua, apesar de sabermos que, na prática, a simples mudança de calendário não muda absolutamente nada. Que sejamos pessoas melhores em 2013 e que possamos compreender que cultivar o amor ainda é a melhor saída para os principais problemas da humanidade. Viva 2013. Viva!


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Top 10 - Músicas Para Aproveitar o Fim do Mundo

21 de Dezembro de 2012. Eis o fatídico dia do juízo final, segundo a famosa profecia dos Maias. O mundo que conhecemos não existirá mais depois de sexta-feira. Tecnologia, Natal, Réveillon, tudo será mera lembrança - ou nem mesmo lembrança, já que não restará ninguém para contar história. Pensando nisso, com a intenção de fazer com que aproveitemos bem nossas últimas horas na Terra, resolvi selecionar 10 músicas que falam sobre o fim, seja o final de um relacionamento, o adeus a alguém especial ou sobre o fim do mundo, propriamente dito!

10
Não Aprendi a Dizer Adeus by Leandro e Leonardo on Grooveshark
"Não Aprendi a Dizer Adeus", de Leandro e Leonardo tem 21 anos, assim como eu. A canção de 1991 retrata o final de um relacionamento, a reluta em aceitar o fato, mas, principalmente, expõe um eu-lírico conformado com o abandono, ao desejar a felicidade da pessoa amada, mesmo que longe dele. Em 1998, com a morte de Leandro, a canção foi entoada por milhares de fãs durante o velório e o enterro do músico. Nunca aprendemos a dizer adeus, mas sempre esperamos que o inverno passe e apague a cicatriz.

9
Até o Fim by Engenheiros do Hawaii on Grooveshark
Uma das canções mais bonitas dos Engenheiros do Hawaii, "Até o Fim", de 2003, é uma verdadeira ode à persistência. Com frases como "não vim até aqui pra desistir agora" e "se depender de mim, eu vou até o fim", a música nos mostra que não desistir pode ser a melhor saída para os problemas da vida. Um verdadeiro livro de autoajuda, em versão musical.

8
Antes do fim by Gram on Grooveshark
Gram foi uma banda paulistana dos anos 2000, conhecida principalmente por causa da canção "Você Pode Ir na Janela", cujo clipe vivia nas paradas da MTV em 2004. "Antes do Fim" retrata o egoísmo daqueles que querem "ter a cara em bronze numa praça" sem ter feito nada de importante para isso. A letra ainda revela a infelicidade dessas pessoas, presas em solidão e longe do fim. Vale a pena conhecer outras músicas da banda, que, infelizmente, encerrou suas atividades em 2007.

7
My Happy Ending [Album Version] by Avril Lavigne on Grooveshark
Terminar um relacionamento é sempre doloroso. Todos os momentos vividos e todas as fotos colocadas no Instagram simplesmente não fazem mais sentido depois do infeliz "não dá mais". E sobre os fins de relacionamentos na adolescência, o que dizer? Em 2004, durante a minha adolescência, "My Happy Ending", da Avril Lavigne, era uma das canções mais tocadas no mundo e falava justamente sobre isso: traição e o consequente rompimento do casal. "All the things you hide from me, all the shit that you do" só pioram a coisa e não há explicação que conserte. Nunca foi trilha sonora de nenhum término da minha vida, mas cairia bem para alguns. Afinal, ainda falta muito para eu ter o meu "happy ending".

6
It Ends Tonight by The All-American Rejects on Grooveshark
Alívio. Pelo menos pra mim, é o que move a letra de "It Ends Tonight" do The All-American Rejects. Chega a hora de soltar as amarras e ir embora, deixando alguém para trás. "Maybe it's best you leave me alone" e isso terá fim hoje à noite. Às vezes, apesar de não ser a única opção, ir embora e desembaraçar a mente é o melhor a se fazer, mesmo que a outra pessoa não entenda o porquê daquilo. Experiência própria e essa música tocando no momento em que fiz isso.

5
Till the World Ends by Britney Spears on Grooveshark
Embarcando na moda do fim do mundo, que assola os mais medrosos desde o início da década, Britney Spears fez sucesso nas paradas e baladas mundiais em 2011 com sua "Till The World Ends". Perfeita para se acabar na pista, a música sugere justamente isso: dançar até o mundo acabar. A vontade que dá é a de não parar de cantar o "oh oh oh oh oh oh oh..." que se repete insistentemente ao final da música. "Dance, mesmo que não tenha aonde, além de seu próprio quarto".

4
U2 - Until The End Of The World by Various Artists on Grooveshark
Homônima ao filme do qual foi trilha sonora, "Until The End Of The World", de 1991, é uma canção do U2 que fala sobre o fim do mundo muito antes da divulgação massiva da profecia maia sobre 2012. O que se sabe é que desde sempre a humanidade encarou suposições apocalípticas como essa, seja através do profeta Nostradamus ou por meio de adivinhos duvidosos mundo afora. A letra da canção descreve uma conversa fictícia entre Jesus Cristo e Judas Iscariotes, com temas que vão da Última Ceia ao suicídio de um Judas triste e arrependido após trair o filho de Deus. Eis o Apocalipse causado por uma traição, mesmo que hipoteticamente falando.

3
Its The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine) [edit] by R.E.M. on Grooveshark
"It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)", da banda americana R.E.M., é o retrato fiel do Apocalipse moderno a que estamos sujeitos. A letra mistura elementos contidos no livro bíblico sobre o juízo final, como os sete selos, por exemplo, e costumes e problemas rotineiros da atual sociedade (apesar da música ser de 1987), como a guerra, a falta de comida e o insistente ato de televisionar tudo. É o fim do mundo que conhecemos, cheio de mazelas e desesperança, para dar lugar a um provável mundo novo e melhor. Se for assim, melhor que acabe logo - e que permaneça quem deve permanecer.

"Um Minuto Para o Fim do Mundo" do CPM 22 não poderia deixar de entrar nessa lista. Já vi diversas entrevistas dos caras em programas de TV ultimamente e sempre perguntam se eles vão cantar essa música no dia 21. O vocalista desconversa, fala sobre o sucesso da canção de 2005 e acaba cantando. O certo é que você verá diversas piadinhas na internet às 23h59 do dia 20 com a letra dessa música - que não fala sobre a catástrofe do fim do mundo ou coisa parecida. É mais um final de namoro cheio de sentimentos exagerados, hiperbólicos, algo que deixa você tão mal que parece ser o prenúncio da morte. "E só de pensar em te perder por um segundo, eu sei que isso é o fim do mundo". Ah, sentimentalismos...

É incrível a sensação de paz que "Champagne Supernova" (1996) do Oasis me dá. O barulho das ondas do mar no início da canção, a voz compassada do Liam Gallagher e até a ideia de ter uma Supernova no céu enquanto alguém me encontra debaixo de um deslizamento de terra, me fazem ter a certeza de que essa é a música que eu queria escutar no repeat durante o fim do mundo. Procurando saber sobre a história por trás da letra, descobri três versões sobre o título da música. A primeira remete ao álbum "Bossanova", da banda Pixies. Noel Gallagher teria confundido o nome do disco enquanto assistia a um documentário sobre champagne. Outra versão da história é que "champagne supernova" é o ato de fumar maconha enquanto bebe-se champagne. Porém, a hipótese mais aceita é a de que em 1995, após um show na Noruega, os irmãos Gallagher teriam ficado encantados com um observatório do local, de onde é possível ver uma Supernova, que, segundo eles, é da cor "champagne". Daí a justificativa do título quase-oficial da música. É, sem dúvida, uma bela canção - e perfeita para dar adeus a esse mundo e encontrar outro, como declarou Noel em 2005, ao dizer que, talvez, a letra fale sobre reencarnação.


sábado, 15 de dezembro de 2012

Destino: futuro!

[Marcos, esta carta é para o futuro. É pra deixar guardada bem no fundo da gaveta que você menos usa. Um dia ela servirá pra alguma coisa. Eu espero...]

A gente envelhece. Ganha olheiras, algumas dezenas de cabelos brancos e um bocado de preocupação. Criamos expectativas, desejos, fantasiamos romances impossíveis, conhecemos pessoas maravilhosas e seguimos em frente deixando tudo “voando sem instrumento, ao sabor do vento”. E sempre tem aquela peça que não encaixa, feito quebra-cabeça com defeito de fábrica. E tudo isso tem te perturbado bastante no início desses 21 anos, né?

Calma. Na pior das hipóteses, é bom encarar tudo isso como sendo inferno astral pré-aniversário. Se essa preguiça existencial não passar, é melhor procurar ajuda psicológica. Lembre-se de que não conseguimos nada de mão beijada. É preciso se levantar da cadeira de balanço, colocar a melhor roupa e ir em busca da diferença – mesmo que ela seja a mesmice pintada com uma cor azul anil. Hoje eu decidi escrever sem nexo de causalidade, sem razão, sem porquê. Sou eu contra mim mesmo (e a favor de uma dezena de leitores que ainda acreditam nos meus devaneios).

Tá difícil recomeçar, né? Essa mistura de sentimentos não faz bem a você e só prejudica quem está ao seu redor, esperando uma resposta, um convite para ir ao cinema ou a um show qualquer. Tem sido difícil convidar. Tem sido mais fácil recusar convites. Vamos mudar? Você já mudou? O bacana é parar de fantasiar defeitos e tentar encontrá-los de fato. E quem não tem defeitos? Custa procurar? Custa se decepcionar? A gente tá de passagem nesse show chamado ‘vida’ justamente pra isso. Pelo menos é o que eu penso. Pelo menos é o que me fizeram pensar.

Elas. Sempre a tua dor de cabeça. Você se apaixona, se apaixona, se apaixona, desapaixona, desapaixona, reapaixona, apaixona de novo, esse eterno ciclo de querer se apaixonar. E fica imaginando como será daqui a 10 anos. Como estamos depois de 10 anos? Muita coisa mudou? Muita gente mudou? Quem é você agora, Marcos? Alguém melhor que eu? Alguém mais angustiado, mais satisfeito, mais feliz? E elas? Ainda importam ou todas foram pontes para um nível mais apurado de felicidade?

Ainda prefere a noite? Ainda tem aqueles sonhos dos tempos da faculdade? Quais dores sente? Os joelhos estão bem? Já fez seu check-up? Já aprendeu a dirigir (espero que o trânsito esteja menos caótico)? Já voltou ao Rio de Janeiro? Já conheceu Curitiba, Minas Gerais, Fortaleza e São Paulo? Depois dessas perguntas, eu vejo que ainda há tanto pela frente! É bom se cuidar. A preferência é planejar, deixar sempre a inquietude te manipular. Ainda te apetece quem te apetecia?

Sei lá. São palavras e perguntas soltas, sem sentido. É de madrugada e poucas vezes eu, você, nós conseguimos escrever nesse horário. Não vou me estender. Todas as correções devem ser feitas em mim, não em você. Você é projeto corrigido, versão deluxe, com faixa bônus e novidades. Saiba que te admiro bastante sem nem ao menos te conhecer. Acho que você deu certo. Era tudo o que eu queria pra mim, tirando um ou dois probleminhas fáceis de resolver. Esqueça a dificuldade e mantenha o foco. Lembre-se de mim, prestes a completar 21 anos, e se pergunte: “eu mudei?”. Mudança, esse eterno jogo onde o adversário é você mesmo. Bom dia. Boa tarde. Boa noite. E manda um beijo pra ela, seja quem ela for!