tag:blogger.com,1999:blog-1874127093921891222024-03-14T01:12:33.873-03:00Senhor do TempoMarcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.comBlogger208125tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-85803252131430688542016-11-12T14:33:00.001-03:002016-11-12T14:33:48.100-03:00Finalmente o fim...<div style="text-align: justify;">
A decisão já estava tomada há muito tempo, mas a falta de coragem para colocá-la em prática fez com que a procrastinação ganhasse o jogo até aqui.</div>
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São mais ou menos 13 horas de um sábado, meu dia preferido da semana, cuja maior expectativa é sair de casa para visitar uma feira de livros cara e praticamente sem atrativo nenhum, como vem sendo a de São Luís nos últimos anos. Minha namorada está viajando, cruzando as estradas e trilhas do Peru com os amigos da faculdade, enquanto fico no quarto envolto às dificuldades de conexão para assistir às séries do momento e aos pensamentos, nem sempre animadores, quanto ao meu futuro profissional.</div>
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O <a href="http://senhor-do-tempo.blogspot.com.br/2015/08/memorias-de-um-estagiario.html" target="_blank">último texto</a> postado por aqui, escrito há mais de um ano, falava sobre o fim de um ciclo muito especial e importante na minha vida: meus dois anos de estágio na Defensoria Pública do Estado do Maranhão. Nele já é possível perceber traços de mudanças na minha personalidade, novos caminhos seguidos e expectativas bem diferentes daquele <a href="http://senhor-do-tempo.blogspot.com.br/2007_12_01_archive.html" target="_blank">dezembro de 2007</a>, ano de estreia do blog.</div>
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Quem me acompanhou nesses quase 9 anos de Senhor do Tempo sabe muito bem do que estou falando. <a href="http://senhor-do-tempo.blogspot.com.br/2008/01/amores-imperfeitos.html" target="_blank">Amores platônicos</a>, <a href="http://senhor-do-tempo.blogspot.com.br/2014/08/sobre-escrever-o-futuro.html" target="_blank">esperanças descompromissadas</a>, <a href="http://senhor-do-tempo.blogspot.com.br/2011/10/essencia-da-impossibilidade.html" target="_blank">desabafos misteriosos</a>, <a href="http://senhor-do-tempo.blogspot.com.br/2013/06/quero.html" target="_blank">alegrias inesperadas</a>, <a href="http://senhor-do-tempo.blogspot.com.br/2012/06/escritora-pintora-e-cinefila.html" target="_blank">entrelinhas direcionadas</a>... uma gama de elementos que moldaram um jovem adulto e que eram expostas, para quem quisesse ler, com o único fim de servir de escape para aquilo que me atormentava (ou me alegrava) demais.</div>
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Com o início do ensino superior e a necessidade de dar conta de tantos afazeres, como estágios e complicadas avaliações envolvendo as mais diversas teses jurídicas, o blog foi ficando de lado. As coisas foram acontecendo e a falta de tempo para contá-las foi a derrocada do senhor do tempo – um paradoxo sempre repetido quando me perguntavam a respeito deste espaço. Como aquele que se julgava capaz de controlar o tempo através de palavras pôde deixar seu próprio objeto de controle trai-lo? Quando precisei fazer esta pergunta, já era tarde demais.</div>
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Percebi que havia mudado. Tendo finalmente encontrado respostas para algumas de minhas principais dúvidas, não havia mais motivo para colocá-las aqui em forma de texto. Os amores difíceis se tornaram pedaços de um passado complicado, mas suficientemente bom para me deixar seguir em frente. Encontrei alguém que me mostrasse um mundo diferente, com novas cores, sensações, paisagens – e continuo nessa aventura até hoje. Conheci diversas pessoas, aprendendo com elas e, por muitas vezes, me surpreendendo com o que são capazes de fazer (de bom e de ruim). Sorri e fiz sorrir incansavelmente, só por acreditar que felicidade é um troço que precisa ser compartilhado. Chorei e continuo chorando sempre que a sensibilidade bate à porta. Aprendi e pretendo continuar aprendendo, justamente por acreditar ser esse o único motivo de estarmos aqui nesse mundo.</div>
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Meus reclames já não cabem aqui. O tempo é outro, a vida é outra. E eu sei que vem vindo muito mais com o que se preocupar adiante.</div>
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Acalmem-se. Não pretendo me desfazer destas linhas traçadas com experiência de vida. O fato de não mais aqui me encaixar não significa que eu precise esquecer tudo aquilo pelo que já passei. Costumo dizer que toda experiência é bem-vinda, mesmo aquelas que nos machucam e nos fazem praguejar contra Deus e o mundo. Esteja disposto a aprender sempre!</div>
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Espero que entendam a minha decisão. Eu sempre serei o Senhor do Tempo - e essa alcunha provavelmente me acompanhará até meu último respirar. No entanto, sinto que agora é preciso manter o controle sobre outras coisas, deixando esse ofício experimental nas mãos de quem realmente entenda como fazê-lo. Eu, mero aprendiz, seguirei observando e escrevendo novas linhas nessa história inexata, reescrevendo-as, se preciso for. Sigo de cabeça erguida e pronto para o que vem pela frente. Quem quiser me acompanhar, é só me seguir. Garanto que serei uma boa companhia!</div>
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Grande abraço e até qualquer hora!</div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com1São Luís - MA, Brasil-2.5391099 -44.282904599999995-2.7929144 -44.6056281 -2.2853054000000004 -43.960181099999993tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-86027871675757192642015-08-20T11:52:00.000-03:002015-08-20T11:52:19.870-03:00Memórias de um estagiário<div style="text-align: justify;">
Sexta-feira, 14 de agosto de 2015. Último dia de estágio na Defensoria Pública do Estado do Maranhão.</div>
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Durante (quase) 2 anos, tive a honra de participar de um seleto grupo de pessoas que escolheram gastar um tempinho de suas vidas para ajudar quem realmente precisa. Pessoas que suam a camisa em prol de uma justiça mais humana, seja lá o que a ideia de justiça signifique. Gente que acorda cedo e vai para o trabalho ajudar aqueles que acordam mais cedo ainda em busca de ajuda. A vida é engraçada. Somos, ao mesmo tempo, protagonistas e coadjuvantes de uma história que nunca termina e sempre reverbera mais adiante na história de alguém.</div>
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Ao longo desse tempo, convivi com as mais diferentes pessoas, na Sala mais aconchegante e divertida que eu já pude estar. Ganhei amigos, professores, colegas, exemplos – e até um Irmão meio maluco. Tornei-me mais independente, organizado, disciplinado e finalmente consegui compreender por que caí de paraquedas no curso de Direito aos 45 minutos do segundo tempo lá em 2011.</div>
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Vinculado à 4ª Vara de Família, pratiquei o bem sem olhar a quem. Meu pendrive contabiliza agora mais de 1.400 arquivos carregados de lágrimas, sorrisos, desespero, pedidos de socorro, endereços impossíveis de localizar, comunicações Brasil afora, urgência, sabedoria, felicidade... histórias! O Direito, assim como o Magistério, a Medicina, a Arquitetura e as mais variadas profissões, é feito de histórias. Um cotidiano sofrido, de gente como eu e você, com ou sem oportunidades, que escolhe ou não fazer o bem, seja lá o que a ideia de bem signifique.</div>
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Aliás, eu tinha de cair numa Vara de Família. Eu precisava ajudar! Filho de mãe solteira, que sempre vivenciou o sofrimento de cuidar de um menor sem o auxílio do pai, cada Ação de Alimentos tinha um gosto especial para mim, já que eu sabia, mais ou menos, o que se passava na vida daquelas crianças. Cada audiência de Divórcio, com as discussões acaloradas e o fim do amor exposto em cima de uma mesa, entre gente estranha e papéis, sintetizava o que eu não quero para a minha vida. De todo modo, os casos que pude acompanhar me ensinaram que o verdadeiro problema do país hoje em dia, pelo menos no âmbito familiar, repousa na falta de diálogo entre os litigantes, reflexo natural da inércia política em criar e aplicar boas políticas de educação em nosso país.</div>
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Cotidianamente, aprendi a não confiar em todo mundo. Confirmei a tese do Skank de que tudo tem três lados: o meu, o seu e a realidade. Inventei soluções para problemas bobos, subi e desci 8 lances de escadas várias vezes por dia, vi duas gerações de estagiários, realizei o "treinamento" de alguns deles, fiz amizade com a grande maioria, fui chamado diversas vezes de “doutor” pelos assistidos, ouvi, falei, perdi a paciência, reclamei, cansei, perdoei, duvidei, arrumei, desarrumei, liguei... Aproveitei.</div>
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No fim, sem qualquer clichê de autor português ou banda nacional, realmente valeu a pena. Agradeço infinitamente a todos que me proporcionaram dias tão agradáveis: não há bolsa-estágio que pague as boas lembranças que levarei desses (quase) 730 dias. Vocês foram fundamentais na minha história e serão para sempre lembrados. Um dia contarei a meus filhos sobre a Dra. Silvia, o Dr. Francisco, a dona Ierecê, o Sr. Alzemar, a dona Dailma, a dona Bete (e seus filhos), a dona Fernanda (e seus 5 filhos), a dona Maria das Graças e outras tantas figuras que me tornaram mais humano e consciente de que estou no caminho certo em minha jornada. Muito obrigado a todos e até logo. Deus queira que como Defensor Público!</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWa9oPS8KC_oLKuLdlJs1PKsUwCp2nL6jzJzfQslvHYdAf4qscoO5FPUyZFTzP1qxFDGoJwjB6bealK8rQxIoGhVSDNt7OAgDM6Od3FlPdEj-Z3qguzkTjGrCNq-ssVEAkT28aycaa/s1600/20150814_100801.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWa9oPS8KC_oLKuLdlJs1PKsUwCp2nL6jzJzfQslvHYdAf4qscoO5FPUyZFTzP1qxFDGoJwjB6bealK8rQxIoGhVSDNt7OAgDM6Od3FlPdEj-Z3qguzkTjGrCNq-ssVEAkT28aycaa/s400/20150814_100801.jpg" width="400" /></a></div>
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Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, Brasil-2.5391099 -44.282904599999995-2.7929144 -44.6056281 -2.2853054000000004 -43.960181099999993tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-10017290293553683312015-02-01T21:51:00.000-03:002015-02-01T21:51:20.935-03:00Crise de Identidade Literária<div style="text-align: justify;">
Ultimamente, tenho sofrido uma espécie de crise de identidade literária, algo que não considero como sendo bom ou ruim, apenas perturbador. Aliás, faz-se necessário mencionar: nem tudo que perturba o ser humano é digno de separação no armário das coisas boas e ruins. Essas inquietações são comuns à vida agitada que levamos hoje em dia. Nada que mereça uma crônica como essa. Ou não!</div>
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Sempre que vou a uma livraria de São Luís, me pego preso à seguinte dúvida: o que comprar dessa vez? Tenho visto nas redes sociais um alto número de jovens leitores indignados porque possuem 38 livros na fila pra leitura e, não satisfeitos, se põem a comprar mais 13 já que não conseguem resistir à tentação. Confesso que faço parte dessa parcela sedenta por leitura e cada vez mais ocupada. Talvez por isso a minha dúvida persista, meio sem sentido, confesso. O que comprar dessa vez?</div>
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É que sempre tem algo bacana escondido por entre os milhares de volumes da seção de Literatura Estrangeira, por exemplo. Gosto de pensar que há um livro especial nos esperando nesses lugares, pronto para ser degustado, como a obra de Julián Carax em ‘A Sombra do Vento’. Você bate o olho e pronto: paixão à primeira vista. A propósito, meu último desses casos de amor foi com ‘A Improvável Jornada de Harold Fry’, que continua esperando o momento certo pra ser lido com todo o afinco que merece.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgB5sGSVD5iBjSg-IONTA6Zu_LUe6xbjEBingA6ockM6bz6UwIZBTntuTtffpJAKVQMl0G0Ge7DqLVNCUynq-0hRuW1jqXNjeyV8GdyV_wOJD9PFdpobqGfn-DBAU7JEpH7C5Qy4cH/s1600/533487_256586534436056_100002541351993_540372_984348513_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgB5sGSVD5iBjSg-IONTA6Zu_LUe6xbjEBingA6ockM6bz6UwIZBTntuTtffpJAKVQMl0G0Ge7DqLVNCUynq-0hRuW1jqXNjeyV8GdyV_wOJD9PFdpobqGfn-DBAU7JEpH7C5Qy4cH/s1600/533487_256586534436056_100002541351993_540372_984348513_n.jpg" height="320" width="240" /></a>Mas voltando à minha crise propriamente dita: o que comprar dessa vez? Romance clássico indicado pela namorada, ficção científica que originou o maior sucesso do cinema atualmente, biografia não autorizada daquele político pedante que todo mundo venera e você odeia, história água com açúcar feita pra adolescente chorar, livro para a faculdade? As opções são tantas que você se perde e acaba não levando nada. Também acontece com vocês? E aí? Toda leitura é válida ou só se deve comprar aquilo com o que você se identifica?</div>
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Confesso que gosto desses romances adolescentes ‘de menininha’, mas também sou fissurado nas histórias de fantasia do Carlos Ruiz Zafón. Saramago e seu teor político me encantam, e as crônicas brasileiras de outrora também são um prato cheio para o meu ócio literário. Distopias são a forma de escapar desse mundo maluco em direção a um pior ainda. Mas são incríveis! Obras de escritores desconhecidos e encontradas a 10 reais durante as feiras literárias da cidade também sempre têm seu lado bom. E agora?</div>
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Sei lá. Sempre que me questionam por que eu gosto de um livro que ninguém leria ou que aquela pessoa específica não leria, respondo com o já manjado ‘toda leitura é válida’. Mas vai além disso, sabe? São tantas histórias fantásticas esperando para serem apreciadas que não vale a pena desperdiçá-las. Algumas menos, outras mais, mas o que importa, de verdade, é não pegar um livro só porque ele é um best seller, mas descobrir o quanto ele é incrível pra você ao final da última página. Aconteceu comigo em ‘A Menina Que Roubava Livros’. E ainda acontecerá muitas vezes.</div>
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Queria contar mais experiências literárias por aqui (como a do engarrafamento gigante em que eu estava quando li e imaginei, dentro de um ônibus, toda a cena do capítulo 28 de ‘O Lado Bom da Vida’, aquele em que Pat Peoples narra os ensaios com Tiffany ao som de qualquer música escolhida pelo leitor) e tentar entrar em um consenso na minha cabeça quanto ao próximo livro da lista de espera, mas acho que já basta. Afinal, já deu pra perceber que não tem jeito pra gente: um livro a mais nunca é demais. Até mesmo se ele for um livro de autoajuda...</div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com1São Luís - MA, Brasil-2.5391099 -44.282904599999995-2.7929144 -44.6056281 -2.2853054000000004 -43.960181099999993tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-32748763061542268572014-10-09T12:00:00.000-03:002014-10-09T12:00:16.291-03:00Quinta-feira<div style="text-align: justify;">
Acho que ainda consigo me lembrar daquela quinta-feira. Do alto do meu atraso, causado por um típico engarrafamento ludovicense e pela demora incomum do único ônibus que me levaria até você, percebi que aquele não seria um fim de tarde qualquer. As mensagens impacientes que insistiam em vibrar o celular davam ritmo à minha pressa e vontade de estar contigo de novo. Era tudo muito recente, vívido, esperançoso, e cada oportunidade de estar ao seu lado me dava a certeza de que era aquilo que eu precisava pra ser feliz de uma vez por todas, mesmo quando todo mundo me dizia pra ir com calma.</div>
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Ao chegar, recordo-me das brincadeiras espirituosas de nosso cupido, capaz de te deixar incrivelmente vermelha, feito o tomate que você tanto odeia. Dizia ele que era mais prudente procurarmos um lugar reservado para trocarmos juras de amor. Instigado pela ideia e louco pra te ver sorrir com minhas brincadeiras sem graça, puxei seus braços em direção à primeira sala de aula que vi, sem muito sucesso. De fato, nós dois sabemos que não seria às escondidas que você se apaixonaria de vez. Precisava ser do jeito que foi, nos bancos de pedra que endureceram nosso amor.</div>
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A luz do início da noite é laranja naquelas bandas da Universidade, exatamente como a sua cor favorita. Naquele momento, após um tchau desengonçado do amigo pinguim, nossos lábios se tocaram mais uma vez, em um prelúdio afetuoso do que viria a seguir. Aliás, não consigo acreditar que não estava apaixonada até então. Se fecho meus olhos, vejo claramente os seus brilhando a cada brincadeira boba e desajeitadamente sensual. Até que veio a hora da verdade.</div>
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Já tinha que te permitir partir, mas faltava alguma coisa. Um som que pudesse ecoar naquela noite mágica, capaz de nos fazer lembrar que aquilo tudo era só o início de um plano maior, de uma experiência marcante, de um amor sublime. Entre tantos ritmos, gostos e sonhos, falamos sobre Cícero, o cantor. Você dizia que gostava bastante de uma música dele e era justamente essa canção que eu tinha do artista em meu celular. Você parecia não acreditar. Ensaio sobre ela, sobre mim, sobre você.</div>
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Assim, naquele momento, aconteceu. A música que outrora ouvíamos distantes, pensando em alguém capaz de preencher o vazio causado pela falta de um verdadeiro amor, sem sequer saber que existíamos, agora era nossa – e de mais ninguém. O sonho das tuas noites insones estava prestes a virar realidade e a perplexidade por saber musicalmente que se tratava de mim era o ingrediente necessário para a receita de medo que dominava seu coração. Você foi e tem sido a melhor na arte de amar, de me fazer acreditar novamente no lado bom da vida, de pensar no futuro até então impensado. Foi como ser feliz de novo!</div>
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A sensação de plenitude por encontrar o amor é algo inexplicável. O medo bate, as dores fogem, os risos saem, o choro desce. E, no fim, somos dois escrevendo o começo de uma grande história, capaz de agradar os mais belos leitores que já existiram: nós mesmos. Que seja sempre saudade na saída e felicidade no reencontro. Que seja belo. Que seja nós!</div>
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<a href="https://40.media.tumblr.com/05b95f723c0197d0db38c65d281d8490/tumblr_mpzz6ojlp01r3eyh8o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="281" src="https://40.media.tumblr.com/05b95f723c0197d0db38c65d281d8490/tumblr_mpzz6ojlp01r3eyh8o1_500.jpg" width="400" /></a></div>
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Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com3São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5391099 -44.282904599999995-2.7929144 -44.6056281 -2.2853054000000004 -43.960181099999993tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-7667726747337938302014-09-28T21:53:00.000-03:002014-09-28T21:53:45.418-03:00Do outro lado da ponte<div style="text-align: justify;">
Acordou para o desespero.</div>
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Tocou-se lentamente e sentiu algo diferente em seu corpo. Seios maiores, pernas torneadas, cabelo extremamente liso. A cama não era a mesma da noite passada. O quarto, antes maltratado pela ação do tempo, com suas paredes de tijolo exposto e telhas deslocadas por causa do vento, dava lugar a um espaço minimamente decorado, com quadros coloridos e prateleiras cheias de livros e dvd’s. Era um sonho. Sentiu-se uma princesa.</div>
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Levantou, abriu o closet (antes simplesmente guarda-roupa) e deparou-se com dezenas de perfumes, cremes, joias, roupas e sapatos. Pegou um daqueles pares que admirava na televisão e colocou em seus pés. Perfeição. Desequilibrou-se um pouco ao pisar no chão, mas logo se acostumou ao piso branco e à nova altura que ganhara graças aos 12 centímetros do salto. Caminhou em direção à janela e abriu aquele seu novo mundo. Nada de vizinhos barulhentos, nada de roupas estendidas no varal da esquina. Estava de frente para a praia. Ponta d’Areia. Apartamento 503.</div>
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O que teria acontecido? Por que acordou em um quarto estranho, em uma casa estranha e tão diferente? Decidiu investigar. Do alto de seus 18 anos, encontrou uma carteira de couro de cobra com uma identidade totalmente diferente daquela que tirara no Viva Cidadão anos atrás. Novo nome, novos pais, nova vida. Desesperou-se.</div>
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Abriu a porta e encontrou o nada às 6 da manhã. Nada do irmão pequeno berrando, nada da mãe lavando roupa, nada do pai desejando um bom dia e indo trabalhar na construção de um daqueles prédios do outro lado da cidade. Percebeu que estava do outro lado da ponte e sentiu falta de tudo o que reclamava. Ouviu um barulho na cozinha e resolveu ver o que era. A empregada preparava um café da manhã reforçado. Deu bom dia e perguntou por “seus pais”. “Foram trabalhar, ué”. Perguntou onde e recebeu como resposta um suave “na empresa”. A considerar os móveis, os tablets espalhados pela mesa de centro e a TV de LED 46 polegadas da sala, sua nova “família” era bem rica.</div>
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“Você vai se atrasar”, disse a empregada. “Pra onde?” “Você está tão estranha hoje, Amanda”. Amanda? Ah sim, Amanda. “Sério, pra onde? Me esqueci completamente”. “Faculdade, curso de Medicina, CEUMA, esqueceu?” Amanda não acreditou. Era estudante de um dos melhores e mais caros cursos da cidade. Tomou o melhor banho da vida, vestiu uma roupa que julgava ideal para a faculdade, tomou café e saiu. Namorado esperando à porta, beijo na boca, um leve tapinha na bunda, um puta susto. Elevador, uns amassos, prazer nunca antes sentido, carro de luxo, sala de aula.</div>
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Amanda passou toda a aula de Processos Metabólicos tentando entender como chegara àquela casa e por que tudo aquilo estava acontecendo. Merecimento, castigo, sonho? Desistiu, pensou nos antigos pais, foi ao banheiro e, egoisticamente, olhando para o espelho, esboçou um sorriso desses de comercial de creme dental e disse para si mesma:</div>
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- Eles iriam gostar de ter uma filha médica. Adeus, Coroadinho!</div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com3São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5391099 -44.282904599999995-2.7929144 -44.6056281 -2.2853054000000004 -43.960181099999993tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-11382149211836834692014-09-08T21:27:00.000-03:002014-09-08T21:30:25.392-03:00E agora, São Luís?<div style="text-align: justify;">
Tenho me perguntado se São Luís ainda tem jeito. Se ainda dá pra acreditar nessa ilha idosa, nessa cidade que parece que estagnou sua memória nos anos 80 ou 90, protagonizando o que chamo de Alzheimer urbano. Qual a maior glória de nosso passado recente desde a famigerada nomeação como Patrimônio Cultural da Humanidade? O ano era 1997 e, de lá pra cá, nossas maiores conquistas foram uns 4 shoppings centers e muito, mas muito barzinho e restaurante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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São Luís tornou-se uma cidade cara desnecessariamente. Aqui, quando o assunto é lazer, é bem quisto quem pode esbanjar bastante em uma única noite, preso a opções quase sempre comuns, como a Lagoa da Jansen e a Avenida Litorânea. O chopp dobrado é a premissa e os acidentes de trânsito, já tão corriqueiros, são a grande consequência. Não há parques municipais de fácil acesso ou praças arborizadas para a folga do fim de semana. No meio imobiliário, apartamentos cada vez menores e cada vez mais caros pintam o cenário de uma modernidade que só alcança alguns de nós.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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O Centro Histórico, riquíssimo em potencial cultural, está entregue à violência e à falta de gestão. Casarões seculares, que serviram de morada para grandes poetas, agora dão lugar a tristes ruínas. Projetos de décadas nunca saíram do papel e, pelo andar da carruagem de Ana Jansen, nem vão. Principais culpados por essa ingerência, os políticos maranhenses fingem não enxergar o problema, evitando parcerias institucionais entre Estado e Município. Triste de nós se não tivéssemos o IPHAN. Um órgão chato, mas extremamente necessário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Nosso sistema de transporte vive um colapso. Esperançosos com a promessa da licitação das linhas de ônibus, passamos horas em latas velhas que ligam um extremo ao outro da cidade, através de avenidas planejadas para uma outra época e que não suportam mais o peso de um crescimento forçado. Quem vai de carro, vê seu tempo passar arrastado em meio a tantos engarrafamentos quilométricos. Nossa região metropolitana não é interligada de maneira inteligente e uma das soluções viáveis sob trilhos está guardada em um galpão na entrada da capital, sem previsão para início dos trabalhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Praias poluídas, esgoto a céu aberto, saúde mal das pernas, buraqueira lunar e uma proposta de mudança. Sinceramente, não sei se temos o que comemorar nesses 402 anos. Talvez possamos festejar, sim, a garra de um povo que começa a trabalhar cedo (não às 9 da manhã) e que, mesmo cercado de tantos problemas, vai fazendo acontecer nos mais diversos bairros dessa ilha inexata. Talvez possamos comemorar o potencial artístico de nossa gente, dos jovens músicos, atletas, professores, escritores, comerciantes... Aqui é berço de ouro pra quem ama o que faz.</div>
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<br /></div>
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Sei lá o que o futuro me reserva. Já sonhei em ser prefeito dessa cidade, mas deixei de lado essa ideia maluca quando conheci o lado sujo da política. Descobri que existem outros meios de ajudar, evitando o tal do poder. Por amar demais a minha terra, não desisto dela. Não desisto de fazer acontecer todo santo dia, lá na Defensoria Pública, ainda como estagiário, mas em busca de uma justiça que eu nem sei direito se existe, e com o único intuito de ajudar os milhares de ludovicenses que ali nos procuram. Torço para que daqui a um tempo, os filhos destes homens e mulheres saibam reconhecer o valor das pequenas coisas, a fim de que possam transformar São Luís em uma grande cidade. Eu estou fazendo a minha parte enquanto cidadão. E você, o que já fez por sua cidade hoje?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilA6dW4wmvQ2mrVpDdHbgJtASNBTElEJH7tkrrL249Li5ddv55IVGw0KlStTM4M_iMjaTs0TJU_5F6VIH37G2hphH_lbieARzeDacEe7p_aBwwcn6wa3p7FWVNHZhkK5HZSNtsx9Bp/s1600/5372598473_c64f8c6cae_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilA6dW4wmvQ2mrVpDdHbgJtASNBTElEJH7tkrrL249Li5ddv55IVGw0KlStTM4M_iMjaTs0TJU_5F6VIH37G2hphH_lbieARzeDacEe7p_aBwwcn6wa3p7FWVNHZhkK5HZSNtsx9Bp/s1600/5372598473_c64f8c6cae_o.jpg" height="250" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">8 de setembro: aniversário de São Luís do Maranhão</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5391099 -44.282904599999995-2.5391099 -44.282904599999995 -2.5391099 -44.282904599999995tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-3489907762746039512014-09-05T23:18:00.000-03:002014-09-05T23:18:12.560-03:00Pra sonhar<div style="text-align: right;">
<span style="color: red;"><b>Por Talita Plum*</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já pensou se acabássemos nossas vidas juntos? Que loucura, né? Viver juntos para todo o sempre, juntar escovas de dente e sonhos em uma mesma mala, caminhar na mesma estrada e olhar na mesma direção, por cinco, dez, vinte, uma eternidade de anos. Já pensou na escolha do nosso apartamento em Copacabana, como eu quero, ou em uma casa em Ipanema, como você almeja? Nós brigaríamos pra ver qual escolha se tornaria decisão, e discutiríamos, também, por causa da cor da cortina e da parede. Eu gosto de laranja, já você prefere o vermelho. E, no fim, a cortina seria amarela e a parede azul. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas será que você realmente já parou para imaginar como seria a nossa vida a dois? Todas as manhãs me vendo acordar de aparelho e eu tendo que aguentar suas manias enquanto dorme. Minha bagunça te irritaria e a sua organização me estressaria de um jeito que nem sei descrever. Minhas roupas e sapatos ocupariam metade do guarda-roupa e você se sentiria sem espaço. Eu escutaria música no último volume, um rock bem pesado, enquanto você pediria para abaixar e pôr algo mais acessível aos seus ouvidos. Eu te chamaria de fresco e você, por birra, seria mais ainda.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E assim levaríamos e levaríamos, até a chegada dos nossos filhos, os quais seriam as criaturas mais amadas desse mundo – um menino e uma menina, como nós combinamos. Você iria querer transformar a garota em uma boneca, enquanto eu seria contra, dizendo que mulheres são mulheres, não Barbie’s. Com o menino, você seria demasiadamente rígido, enquanto eu diria pra não exagerar tanto. E, mais uma vez, brigaríamos – agora por causa da educação dos nossos filhos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Algumas noites seriam bem ruins e sofridas. Porém, diferente de qualquer outro casal, a cada briga nós nos amaríamos mais, pois você se viraria para mim e diria que compraríamos o apartamento em Copacabana, enquanto eu pensaria nos nossos futuros filhos e veria que uma casa seria melhor (desde que tivéssemos uma empregada). Por causa da sua mania em pôr as roupas em cima dos móveis, eu mostraria o meu lado dona de casa, que odeia desarrumação e você começaria a dar valor na bagunça. Depois de um tempo, você se acostumaria com os solos de guitarra e se juntaria à minha festa, enquanto eu abaixaria um pouco o volume, para não te deixar surdo. A nossa linda garotinha seria uma princesa, como você sempre quis, mas também seria uma mulher decidida e inteligente como a mãe, a qual você escolheu pra ser sua esposa. E o garoto seria criado por um pai forte e severo, mas que saberia amá-lo e passar a mão em sua cabeça nas horas certas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nossos problemas seriam o combustível pra continuar a nossa vida a dois, sempre caminhando de mãos dadas e bocas seladas. Você calçado e eu descalça; você de terno e gravata e eu de short e chinelo; você advogado e eu historiadora. Diferenças gritantes, mas que se extinguiriam quando, nos quartos ao lado, as crianças fechassem os olhos, e nós nos entregássemos um ao outro, mão com mão, pé com pé, sua boca na minha, em um ritmo louco, frenético e muito apaixonado. Não seríamos eu e você: seríamos nós! Um só corpo, uma só alma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Volto a repetir: que loucura, né? Com certeza, uma loucura! Porém, mais loucura ainda seria se não acabássemos juntos, vivendo tudo isso e algumas cositas a mais. Loucura seria se eu não voltasse à sua casa depois de uma briga e deitasse no chão. E mais loucura mesmo seria se você não adoecesse e eu não me preocupasse ao ponto de ir cuidar de você. Loucuras e mais loucuras. A maior loucura seria se eu não quisesse passar o resto dos meus dias colada a você. À sua pele, à sua barba, à sua perna, ao seu corpo, ao seu destino. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgeXWUPr_JazuFScvhhS95Z_Wq0htS0BF-eRG2Op7iLtF1kdxuAcjvJET_MD4Pom5dzoMbIf_9ayTWFtYPkgwmspO-CvZfisI-Mlu44bfvMgmzAu5xvxM7e4Ssd-E78XabkqPGHOne/s1600/IMG_20140621_195707.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgeXWUPr_JazuFScvhhS95Z_Wq0htS0BF-eRG2Op7iLtF1kdxuAcjvJET_MD4Pom5dzoMbIf_9ayTWFtYPkgwmspO-CvZfisI-Mlu44bfvMgmzAu5xvxM7e4Ssd-E78XabkqPGHOne/s1600/IMG_20140621_195707.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">*Talita Plum - 19 anos, graduanda em História e Senhora do Tempo!</span></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5391099 -44.282904599999995-2.7929144 -44.6056281 -2.2853054000000004 -43.960181099999993tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-18802890579035169632014-08-22T16:32:00.000-03:002014-08-22T16:32:08.465-03:00Sobre escrever o futuro...<div style="text-align: justify;">
Parece que a gente perde o tino e escrever se torna a mais difícil das tarefas. A vida adulta bate à porta e, às vezes, é só você contra você mesmo, sem papel, caneta ou teclado pra registrar o dissabor causado pelo tal dos 20 e poucos anos. Faculdade, amizades estremecidas, namoro, trabalho. A infância nunca fez tanta falta e a vontade de voltar para o útero da mãe só aumenta em meio a tanta confusão. Ser adulto é difícil, mas ser ninguém é pior!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na verdade, tudo isso é uma fase. Tão clichê quanto espalhar por aí o “vai passar”, dizer que toda essa perturbação mental é uma fase ajuda na caminhada. É justamente agora que a semente do futuro começa a ser plantada. Para aqueles que, assim como eu, acreditam que a educação é a chave para uma transformação de vida, investir em uma formação técnica ou superior, capaz de preparar você para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, onde só os melhores garantem seu lugar ao sol, é de fundamental importância. A luta é hercúlea e os benefícios, muitas vezes, só chegam a longo prazo. E então bate o desânimo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Nada dá certo na minha vida” e “onde é que aperta pra eu estar formado e ganhando bem?” têm sido os mantras da minha geração, cada vez mais imediatista – e onde eu me incluo, certamente. Mas não nos afobemos não, que nada é pra já, como diria o poeta. Com o peso da pouca idade, vamos aprendendo a viver um dia de cada vez, tentando absorver o máximo de informação possível, aliada a uma boa dose de noção de vida, o que, na melhor das hipóteses, nos garante uma boa qualificação profissional e um livro mental de autoajuda, bem útil naqueles momentos de problemas e solidão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E, assim, escrever sobre as vicissitudes da adolescência, como os amores perdidos ou os não correspondidos, simplesmente deixa de fazer sentido. É hora de reinventar-se.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho tentado me reinventar a cada dia, em uma batalha carregada de aprendizados, erros, defeitos e virtudes. E voltar a escrever é só uma das maneiras de encarar a vida. Um escape saudável, eu diria. Já que tenho esse espaço para despejar o meu ponto de vista, ouvir o de outras pessoas e até, quem sabe, mudar de opinião, por que não usá-lo? Crescer também é dar um novo colorido àquela parede cinza esquecida no fundo da mente. É olhar o outro lado daquilo que você, por birra, só quis enxergar de um modo. É ser você mesmo, entendendo de uma vez por todas que precisa das pessoas ao seu redor. Ninguém é uma ilha. Somos um arquipélago em desenvolvimento!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Portanto, acho que está mais do que na hora de voltar a aparecer regularmente por aqui. Não prometo textos espetaculares nem postagens diárias, mas apenas algumas doses daquilo que sempre me fez bem e que a vida adulta estava querendo me roubar: o prazer de escrever.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já resgatei o bloco de anotações, fiz uma porção de planos, pensei em várias maneiras de colocá-los em prática e só me vem uma coisa na cabeça: viver é absolutamente incrível, apesar de incrivelmente complicado. E só nos resta seguir em frente, com a cabeça erguida, vivendo feito adulto, mas com a alma de criança!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://38.media.tumblr.com/689986383ca660ebec747c4d082d0489/tumblr_nai1x4JMB71sebnnbo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://38.media.tumblr.com/689986383ca660ebec747c4d082d0489/tumblr_nai1x4JMB71sebnnbo1_500.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5391099 -44.282904599999995-2.7929144 -44.6056281 -2.2853054000000004 -43.960181099999993tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-2815212784062552882013-12-26T13:04:00.000-03:002014-01-05T19:35:28.170-03:00O verdadeiro sentido do Natal<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sempre tive vontade de fazer algo diferente no Natal. Aos 8
anos, durante um passeio de carro na noite do dia 24, vi, pela primeira vez,
que a vida não era fácil como parecia até então. Quem dirigia o veículo, ao
passar por um viaduto próximo à minha casa, fez questão de me mostrar algumas
pessoas cobertas por papelão, deixadas ao relento, provavelmente com frio e com
fome. Naquele dia, por mais que minha cabeça não compreendesse o porquê de
alguém estar sem casa e cama na noite de Natal, algo me perturbou. A cada
dezembro, durante todos esses anos, o desejo de fazer alguma coisa por aquelas
pessoas só crescia. E eis que me surgiu a oportunidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tenho a felicidade de namorar uma pessoa incrível e com um
coração enorme. Costumo dizer a ela que sua fé é uma das coisas que mais admiro
nesse mundo. A fé que nos uniu na certeza de um amor verdadeiro também é a fé
que a juntou com pessoas maravilhosas em um grupo de jovens católicos chamado
Javé Nessi. O nome escolhido para o grupo foi sugestivo e significa “O Senhor é
nossa bandeira”, em alusão ao que consta no livro do Êxodo, capítulo 17,
versículo 15, do Antigo Testamento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Atendi ao convite para visitar um hospital da cidade na
noite do dia 25, a fim de distribuir cachorro-quente e suco para os
acompanhantes de quem ali estivesse internado. Embora receoso em encarar a
cruel realidade de um hospital público que sempre é manchete nos jornais por
causa de sua superlotação e alta exposição de pacientes em macas espalhadas
pelos corredores, prontamente me dispus a ir e ajudar. Penso que precisamos
encarar o problema sem medo para buscar soluções, que também podem se mostrar
em pequenos gestos e mínimas atitudes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A fé que une o grupo é inigualável e isso ficou bem visível
quando pudemos entrar no hospital para transmitir uma mensagem de solidariedade
e desejar Feliz Natal aos que ali estavam. Como alguém fez questão de frisar
durante a visita, não sabíamos nada sobre a história de nenhum dos pacientes, mas
estávamos ali para levar um pouco de esperança aos corações sofridos através da
palavra de Deus, munidos da oração que Seu filho nos ensinou. Após as orações
por algumas enfermarias, uma vez que ainda havia comida, resolvemos visitar um
hospital infantil e distribuir o que sobrasse para os sem-teto espalhados pela principal
praça do Centro de São Luís.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Entre essas idas e vindas, pude refletir sobre muita coisa
em minha vida, repensando atitudes e buscando novos ângulos para observar um
mundo cruel que tentamos atropelar todo santo dia com nossa pressa, preguiça e
egoísmo. Costumo dizer que se todos tivessem a oportunidade de visitar um
hospital público e um presídio em condições degradantes, o mundo teria, no
mínimo, gente melhor para povoá-lo. Desprezo a visita para simples comoção ou
por meros interesses políticos, como vemos a cada ano de eleição. Precisamos
agir diariamente para tentar mudar a situação, com os meios que estiverem ao
nosso alcance, mesmo que eles sejam os mais simples possíveis.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Meus projetos de vida continuam os mesmos, mas o meu olhar
para o mundo lá fora está totalmente diferente. Só tenho a agradecer a quem me
proporcionou tamanha reflexão e a quem tem me tornado melhor a cada dia. Seja
assim também, como essas pessoas que conseguem transformar em realidade o velho
ditado que diz: “o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzAKVkoXZEMnfzykPf01ffiDv2hYNOUFU5GwPtWOOzoMR_cVCgAN21SIJlP4z1VWjSU3d9XOzdB6E8BJlbsGg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, Brasil-2.5391099 -44.282904599999995-2.7929144 -44.6056281 -2.2853054000000004 -43.960181099999993tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-1329200828345010352013-12-18T21:19:00.001-03:002013-12-18T22:38:48.623-03:00Senhor dos 22<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E, de repente, acordei com 22 anos de idade. Planos
traçados, pessoas ao redor, gente completamente desconhecida aos 18 e que agora
não imagino viver longe... É como se cada erro do passado pudesse convergir em
um único ponto, fazendo você finalmente perceber que foi preciso passar por
tudo aquilo para ser alguém melhor hoje um dia. Em síntese, uma boa pessoa,
entre percalços do dia a dia e defeitos essencialmente humanos. Faço-me adepto
do exercício do autorretrato, do procurar erros em mim que eu nem sabia que existiam,
sempre precisando de uma ajudinha exterior. Vejamos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não sou alguém fácil. Por mais sociável que eu seja, quem me
conhece de verdade sabe dos meus pontos fracos, das minhas inquietudes e dos
meus medos. Extremamente recorrentes, esses medos são resultado de uma boa dose
de passado glorioso e limitações pontuais. Sem queixas, longe de mim. Acho até
que esses medos me ajudam em alguns momentos, pois, sem eles, eu não conseguiria
que pessoas corajosas me fizessem enxergar tanta falta de coragem. Frouxo é
aquele que não vai à batalha hora nenhuma. Minha coragem se resume em partir
para a guerra no momento oportuno. Mas até a estratégia do mais sublime herói
deve ser repensada de vez em quando.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Carrego preconceitos. Assim como uma boa parcela da
população brasileira, tenho lá meus pré-julgamentos. Todos sabemos que somos
resultado do nosso passado, da nossa experiência de vida, do nosso meio cultural.
É “aceitável” que enxerguemos com outros olhos algo estranho ao nosso convívio.
O que entendo como inaceitável é conformar-se com essa situação. Como já disse,
sou do tipo que precisa de um “empurrãozinho” para enxergar certas coisas e,
ultimamente, tenho visto que muitos preconceitos meus não têm sentido em
permanecer aqui comigo depois de tanto tempo. Feliz daquele que tem a
hombridade de reconhecer seus erros e ir em busca de uma solução precisamente
eficaz.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O novo me assusta. Mudar sempre demanda tempo e
desprendimento, é assim pra todo mundo. Mas acontece que a novidade sempre me
assusta de uma maneira maluca. Acho que é esse prazer por controle nas mãos,
por ser dono do seu próprio eu, que faz com que eu seja assim. Mas também estou
propenso a mudar. Tenho trabalhado de forma a enxergar a novidade como uma
extensão do que já existia, afinal, como ela o é. Entendo que nada é por acaso
e tudo está concatenado de uma forma ou de outra. O nosso futuro, portanto, não
é completamente desconhecido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Romantizo demais a vida. Cada amanhecer é uma
oportunidade para recomeçar e aprender coisas novas. Faz-se necessário estar disposto a aprender sempre. Ouvir novas histórias,
descobrir horizontes e apaixonar-se pela vida a cada dia é uma forma saudável
de viver bem consigo e com as pessoas de seu convívio. Claro que é preciso
moderação. Romantizar demais no mundo cruel que vivemos hoje é ter a certeza de
que iremos nos machucar. Essa lição eu já aprendi. Mas não me privo de acordar,
fugir do meu mundinho e ir viver. Lá fora está a maior fonte de aprendizado que
alguém pode ter: a vida. Tente. Eu tenho tentado e estou tentado a continuar
tentando tentar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No mais, apesar de querer moderar minha exposição ao
escrever, sempre chego à conclusão de que tem gente precisando ler um ou dois
parágrafos amigos, com o mínimo de experiência possível. O Senhor do Tempo
agora tem 22 e está cheio de novos motivos para acreditar que isso é o certo a
fazer. Mesmo que o paradoxo da falta de tempo insista a me abater, farei como
tenho feito com todos os meus problemas: resolverei o mais rápido possível. De
preferência, antes de dormir.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<center>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/__bihwnurTI" width="420"></iframe></center>
<center>
</center>
<center>
Por amor às causas perdidas...</center>
<center>
</center>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com1São Luís - MA, Brasil-2.5391099 -44.282904599999995-2.7929144 -44.6056281 -2.2853054000000004 -43.960181099999993tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-35466232973071197432013-11-21T23:01:00.000-03:002013-11-21T23:10:36.887-03:00Mindfuck<div style="text-align: justify;">
Mesa de bar. 22:13. Em meio ao vozerio intenso dos frequentadores do lugar, me pego observando despretensiosamente cada corpo estranho ao meu redor. A loira da mesa ao lado esboça um sorriso extremamente sensual enquanto gesticula com as prováveis amigas de faculdade. A negra, de corpo escultural, amarra o cabelo encaracolado de forma cuidadosa, destacando ainda mais sua beleza nativa. A japonesa de traços delgados mexe no celular, comenta sobre o cabelo da amiga negra e sorri para a moça loira, ao mesmo tempo em que se delicia com o clichê do sushi.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O chopp é dobrado. E também é dobrada a vontade de me embriagar. Pouco importa se é segunda-feira, se amanhã cedo o trânsito é um inferno e se tenho faculdade às 7:30. Sempre fui intenso, ávido pelo presente e desconfiado do futuro, esse completo desconhecido que desespera e anestesia tanta gente todo santo dia. Na verdade, nunca enxerguei nada além do tempo que preciso para sobreviver. E ele nunca ultrapassou as 24 horas daquela série americana. Vivo, erro, aprendo, sofro, me alegro... presente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Do outro lado do bar, uma guria começa a me encarar. Olhares perdidos e encontrados em um mesmo compasso, de maneira que a cadência de seus olhos azuis de cigana oblíqua, dissimulada e gostosa acaba por penetrar em meu olhar vazio e arredio. Nunca antes na história dessa minha vida... Em mais de 1 hora nessa troca de olhares, não me passa pela cabeça fazer absolutamente nada. Nenhum bilhete entregue a ela via garçom, nenhum comentário tipicamente masculino com os amigos da mesa e nenhuma esperança, uma vez que seu namorado é extremamente mais forte e mais simpático que esse que vos escreve.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele levanta. 1 minuto depois, ela vem em minha direção. Em uma conversa meio sem sentido, diz que sente minha falta, pergunta pelos meus pais e se Spike ainda está vivo. Quem é Spike? Aliás, Spike sempre foi o nome que eu daria a um cachorro. Se eu tivesse um. Depois de uns 678 chopps, dobro minha consciência e tento me lembrar de onde conheço aquela maluca extremamente bonita que agora desafia meu senso mental. Ela me dá um beijo, pergunta se ainda moro no mesmo lugar e promete uma visita "qualquer hora dessas". Bianca.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bianca namorou comigo 2 anos e 7 meses depois disso. Jura não se lembrar de ter me visto em bar algum naquele dia. Jura de pés juntos não saber quem era o cara malhado que descrevo incansavelmente. Nunca mais vi a loira, a negra, muito menos a japonesa. Faço análise com um psicólogo maluco desde que Bianca começou a namorar com o cara do meu retrato falado. Parei de beber.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O futuro tem dessas coisas. A gente nunca sabe se ele já não está presente!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCwo0zxsMggX0GcFt827aQkH6vTL5AXN0QFDXURKD4Oe7JLPoU28XtE-L6ikIGxD7hEDeKDEjTKl3CRGG9r4-QM6b1CY_sc1YRpXX3VlEsw_MVo6oZouJu46Psm7gnYtr569x7XCBl/s1600/MINDFUCK.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCwo0zxsMggX0GcFt827aQkH6vTL5AXN0QFDXURKD4Oe7JLPoU28XtE-L6ikIGxD7hEDeKDEjTKl3CRGG9r4-QM6b1CY_sc1YRpXX3VlEsw_MVo6oZouJu46Psm7gnYtr569x7XCBl/s320/MINDFUCK.jpg" width="213" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383052 -44.95227280000001 -2.0231572 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-23504739265389506772013-10-20T21:50:00.000-03:002013-11-21T23:01:55.205-03:00A menina do supermercado<div style="text-align: right;">
<i><span style="color: #cc0000;">“O passado fica na gente da mesma forma</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="color: #cc0000;"> que o açúcar de confeiteiro fica nos dedos.</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="color: #cc0000;">Algumas pessoas conseguem se livrar dele,</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #cc0000;"><i>mas os fatos</i><i> e as coisas que as empurraram</i></span></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="color: #cc0000;">para onde estão agora continuam ali.”</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="color: #cc0000;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="color: #cc0000;"><b>(O Circo da Noite)</b></span></i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Martinho da Vila é enfático quando canta “já tive mulheres de todas as cores, de várias idades, de muitos amores”. O músico descreve situações amorosas e faz um gostoso passeio romântico ao relatar diversos relacionamentos de um eu-lírico envolvido com mulheres extremamente diferentes. “Mulheres cabeça e desequilibradas, mulheres confusas, de guerra e de paz”. No meio de todas, em forma de poesia, o artista destaca aquela que era tudo o que um dia ele sonhou pra si. Na verdade, Martinho poderia muito bem estar me descrevendo nessa história. E como poderia...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De uns tempos pra cá, tenho me compreendido como um solitário acompanhado. Um típico Alfie, mas sem a sedução característica do Jude Law. Alguém que se baseia em encontros e sexo casual para medir seu nível de felicidade. Uma vida de mentiras, eu diria. Nada vergonhoso nem perigosamente doentio, uma vez que ando em dia com a compra de preservativo na farmácia do shopping próximo ao escritório. Não é que eu não me satisfaça, eu apenas não fico satisfeito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Preocupo-me com cada mulher apaixonada que cai nas minhas garras e promessas de felicidade plena. A cada estranha conhecida que abre a porta do meu carro e adentra o meu mundo de barzinhos e apartamento na parte nobre da cidade, eu me sinto menos eu. Sinto como se minha essência tivesse se esvaído ou presa a um evento, oportunidade ou pessoa. Tive 3 relacionamentos que considero sérios, mas ainda me prendo ao segundo sempre que observo a lua na varanda desse 707.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje tomada pelas curvas de mulher que o tempo a concedeu, a outrora ‘menina do supermercado’ era doce e angelical, sem perder a garra e firmeza de alguém que já havia sofrido bastante para apenas 18 anos. Minha ânsia por tentar demasiadamente prever o futuro destruiu uma das mais belas histórias que ousaram escrever. A filosofia de fé emanada por aquela garota consolidou bases fortíssimas em minha vida que nunca mais ousei mostrar pra ninguém. A liberdade invocada por suas atitudes me transformou em um ávido e verdadeiro sagitariano, aventureiro, com um pouco menos de medo. Seus beijos eram inspiração para alegrias que duravam horas e horas, que eu nunca pensei que fossem acabar. Mas acabaram.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje sou um Machado mais realista do que romântico. Tentei amar de novo, mas nenhuma me sorriu feliz nos testes a que submeti cada uma delas pelos corredores de supermercado. Casada carente, solteira feliz, donzela, meretriz, nenhuma delas se assemelha àquela estranha loucura que me apareceu há 5 anos. Nossas vidas tomaram rumos diferentes, exatamente como planejávamos – mesmo querendo, os dois, que aquilo durasse pra sempre. A última vez que a vi foi em uma festa, regada a muito álcool e desilusões. A última notícia de uma rede social inconveniente relata que voltou com um antigo namorado. Nada mais justo: seguir em frente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Infelizmente, eu não segui em frente. A cada álbum, banda, lugar, arquivo escondido nos confins do HD externo, etc, etc, etc, ela me aparece como em sonho, como em realidade palpável. Juro que tento fazer com que as coisas façam um pingo de sentido, mas elas insistem em não fazer. E vou vivendo a maneira de amor que escolhi pra mim, uma vez que aquela maneira de amar ainda me vale a pena, mesmo que eu diga e mostre que não. Já era, guria: a tua praga pegou.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1hdG1LRhhkfvROyJbm7fa-DUQ4ZdnN32ZENph365XO2ABMMpNzR5HGCxvOzyvvg0lcqTVOay1VYSGolXT-HxIKMDOAgYNmjWhqBL5LInsC_PWrHrUlR5RfIdKN0x_6cZ5QE1jC8qQ/s1600/Futuro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1hdG1LRhhkfvROyJbm7fa-DUQ4ZdnN32ZENph365XO2ABMMpNzR5HGCxvOzyvvg0lcqTVOay1VYSGolXT-HxIKMDOAgYNmjWhqBL5LInsC_PWrHrUlR5RfIdKN0x_6cZ5QE1jC8qQ/s320/Futuro.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383052 -44.95227280000001 -2.0231572 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-80535620043741517272013-09-22T17:15:00.000-03:002013-10-06T14:13:36.788-03:00Futuro do pretérito<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu te ligaria 12 vezes de
madrugada só pra te desejar boa noite, mesmo que já fosse de manhã. Eu
esqueceria meus medos, afastaria meus complexos e controlaria minhas manias só
pra te ter do meu lado. Me perderia no tempo, não me importaria com o relógio,
deixaria os dias passarem numa cadência extremamente lenta só pra eu curtir teu
sorriso noturno me pedindo pra ficar depois de um desentendimento fruto da
minha criancice. Eu teria 11 anos de novo, mas precisaria de você com 8 pra
brincar na rua, mesmo eu não sabendo sequer empinar pipa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu repetiria todos os nossos
momentos. O primeiro beijo, a primeira troca de olhares apaixonados, a primeira
discussão, o primeiro ciúme, a primeira música-tema do nosso romance, a
primeira festa, a primeira foto, os primeiros passos. Congelaria todas as tuas
expressões faciais e colocaria em um quadro imenso, guardado na eternidade de
nossas memórias. Ficaria grudado feito chiclete mesmo sabendo que você odeia
que grudem feito chiclete. Aliás, eu também odiaria que grudassem feito
chiclete, mas você eu grudaria. Eu até te esqueceria, se desse pra esquecer que
eu existo. Não dá.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu não mediria esforços pra te
ter de volta. Eu não ousaria te desrespeitar, mesmo quando minhas palavras
erradas te fizessem acreditar nisso. Eu não te deixaria dormir sabendo que
tínhamos problemas a resolver. Eu não acreditaria quando tua boca dissesse pra
eu ir embora e teus olhos suplicassem pra que eu ficasse. Eu não esqueceria teu
perfume natural, teus sonhos, tua vontade de ir além. Eu não pararia de te
ajudar, mesmo que eu não pudesse ajudar mais nem a mim mesmo. Eu não deixaria
de te amar, até mesmo se o amor tivesse deixado de existir. Eu não faria nada
que pudesse te levar embora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu pararia de ser exagerado,
chato, dramático, viciado em tecnologia e extremamente metódico se isso te
fizesse ficar. Eu roubaria a lua, em um plano mirabolante, só pra te trazer ela
cheia todas as noites. Eu perderia noites de sono só pra te fazer parar de
chorar e ter a certeza de que está tudo bem, de que tudo vai ficar bem. Eu
amanheceria ao teu lado se o mundo conspirasse a favor disso. Eu enalteceria tua
beleza em teu ouvido, dizendo as mais lindas palavras de amor que meu
dicionário apaixonado já catalogou. Eu te faria acreditar no nosso futuro,
inventaria certezas incertas e transformaria cada uma delas em verdade
universal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu trocaria a eternidade por essa
noite. Noite do teu lado, feito anjo, querubim apaixonado, nada além de nós.
Nós que nem sabemos quanto nos queremos, queremos a eternidade e a única coisa
que temos somos nós. Nós fomos feitos um pro outro, pode crer. Acreditar na
verdade que se pode tocar e torcer, com uma fé inabalável, que vai dar tudo
certo, que Deus está do nosso lado e que Ele existe. Crer na geografia dos
nossos corpos, na história do nosso romance, na gramática de nossas conversas,
na filosofia de nossas indagações, na química de nossa relação, na escola da
vida. Por você, eu dançaria reggae no teto. De cabeça pra baixo. Só pra poder
te ver tonta e tropeçando na laje. Agiria como se te entendesse, como se me
entendesse.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Retiro tudo o que disse. Eu
apenas te amaria. Isso basta!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<center><iframe width="420" height="315" src="//www.youtube.com/embed/ECupQ5xLD6U" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></center>
<br>Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383052 -44.95227280000001 -2.0231572 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-36137801820462574892013-08-02T22:44:00.001-03:002013-08-02T22:45:23.265-03:00Cruzadas<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Débora. 28 anos, advogada, viciada em sapatos e carente.
Acostumada a um mundo de facilidades, teve tudo do bom e do melhor desde que se
entendeu por gente. A boneca mais cara, o estojo multicolorido, a melhor
escola, a melhor universidade privada do estado, etc, etc, etc. Frequentava
baladas da elite ludovicense à procura de um cara que a fizesse trocar o
trabalho no escritório por uma viagem de lua de mel na Argentina. Sonhava com
um advogado másculo e competente, alguém pra dividir seus anseios e seus
projetos jurídicos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ele. 25 anos, desempregado, viciado em crack e morador de
rua. Acostumado à falta de oportunidades, teve todas as portas fechadas desde
que aceitou fumar a droga oferecida por um vizinho. Viu a mãe desesperada, o
pai atropelado, o irmão mais novo também viciado, a polícia truculenta, etc,
etc, etc. Frequentava as ruas, avenidas e rotatórias à procura de comida e
companhia, na intenção de esquecer o vício por alguns minutos. Sonhava com
alguns trocados a mais naquela intensa tarefa de limpar para-brisas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não, eles não se apaixonaram. Débora abriu a porta do carro.
Ele se espantou com a luz do sol. Débora deu a partida, ele guardou as caixas
de papelão que lhe serviam de coberta. Débora, contente, ligava o rádio e ouvia
Selena Gomez no programa da manhã. Ele queria um café da manhã. Débora parou no
sinal vermelho, ele entrou na padaria. Débora fazia planos mentais para o dia,
ele perguntava quanto custava o pão com manteiga. Débora infringia a lei
atendendo o celular enquanto dirigia. Ele era humilhado dizendo que não poderia
pagar aquela refeição. Débora distraída, ele rouba comida e sai correndo pela avenida.
Débora o atropela e ele vai parar a uns 300 metros de distância. Débora,
apavorada. Ele, morto!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por um instante, aquelas vidas se encontraram. Poderiam ter
vivido um grande amor, desses que vemos diariamente em todos os lugares. Débora
se tornaria mais humana, ele passaria a ter perspectiva na vida, Débora
sofreria um bocado tentando livrá-lo do vício, ele seria pai de uma criança
linda e educada e você me diz que isso é utopia. Talvez. Amar é a mais bela
utopia que existe. Acreditar no amor, mesmo quando ele tem todas as chances de
dar errado, é igualmente louvável. Tentativa, meu caro. Nada de atropelar
pessoas e sentimentos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Débora quis saber o nome dele. Não havia nome. Desconhecido,
conhecido e chamado de ‘Ele’. Cochichos diziam ‘menos um ladrão’. Bocas
sussurravam ‘era vagabundo, vivia roubando pela redondeza’. Débora se sentiu
aliviada. Não seria presa, não teria a vida profissional manchada e apenas prestaria
depoimento na delegacia mais próxima. Vida besta que segue. Afinal, ‘menos um
vagabundo’. Afinal, menos uma história de amor e mais uma de egoísmo. Onde
nosso próprio umbigo vale mais do que massa encefálica espalhada pelo chão da
avenida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383052 -44.95227280000001 -2.0231572 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-45695883425766720962013-07-28T20:32:00.001-03:002013-07-31T15:55:48.574-03:00Bem, Rainha!<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Parabéns, você conseguiu! Onipresente, destruiu todos os
planos que eu havia feito para um dia perfeito. Venceu uma partida do jogo de
xadrez do sentimentalismo teletransportando-se mentalmente para o cérebro da
Rainha. Xeque-mate! Com toda franqueza, não te desprezo. Com toda fraqueza, só
peço que pare. Aliás, você já não faz mais nada. Você está e não está, magoando
pessoas que estão magoando outras criaturas exatamente agora. Triste fim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas você despertou a ira do amor. E isso eu não posso
consentir. Tudo o que você plantou sem querer começa a querer devorar o querer
bem. A atenção, o cuidado, as inúmeras tentativas de agradar, agora se tornaram
ervas daninhas capazes de consumir até fogo, se eu assim deixar. Só que essas
ervas daninhas carregam um bem precioso demais pra eu cortar o mal pela raiz.
Minha cabeça anda confusa e o único jeito que eu tenho pra resolver isso é
confiar no Bem magoado. Talvez ele tenha a saída. O Bem e o Tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu tenho medo que a Rainha se perca. Confundida pelo
Onipresente, acredite piamente que ele estará lá sempre que ela precisar. Eu
estarei. Guiado pelo Bem, se assim Deus me permitir. Só que eu tenho medo que o
Bem se canse e que perca as forças paulatinamente, me deixando desnorteado e
sem ânimo para continuar. Venho de um confronto direto com o Onipresente, que
me deixou cicatrizes profundas, todas curadas com muito suor e lágrima.
Disseram-me que o Bem tinha as respostas. Acho que ele as tem.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Derrotado na primeira batalha, não me acomodarei. A guerra
em busca da Vida está só começando e eu não abro mão dessa vitória de maneira
alguma. Tenho minhas armas e vou usá-las com a maior parcimônia possível. A
arte da guerra, já ouviu falar? Guerra de tronos. Pelo Bem da Rainha. Pela
Rainha de Bem.<br />
<br />
Bem, Rainha, a sorte está lançada!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUrhVyMLbBKrVyu6dMtxCJ3dnf-hiXgLRhdRQ95Uv8SzozZwtG2knlei1xAidkpB0dq2yF_Lf6eY2qUmyoCcVB2nvdPzodwTarNk8Z4l5mDMPK_Jk6mG2pbojTaJMMLdvIJiPfsG0E/s1600/Unusual-chess-boards-27.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="271" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUrhVyMLbBKrVyu6dMtxCJ3dnf-hiXgLRhdRQ95Uv8SzozZwtG2knlei1xAidkpB0dq2yF_Lf6eY2qUmyoCcVB2nvdPzodwTarNk8Z4l5mDMPK_Jk6mG2pbojTaJMMLdvIJiPfsG0E/s400/Unusual-chess-boards-27.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383052 -44.95227280000001 -2.0231572 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-20613932816135906242013-07-06T23:52:00.000-03:002013-07-06T23:56:58.593-03:00Contos de Whisky IX<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Tô aqui pensando. Quem faria um
sobrado de cara pra parede? Olha lá, totalmente fora dos padrões de
arquitetura. Coisa de gente louca. Um dia ainda vou embora dessa cidade!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Natasha não falou por maldade.
Sentada no banco de uma praça próxima ao casarão aparentemente mal feito, a
garota procurava maneiras de evitar uma iminente discussão com a namorada.
Nicole havia trabalhado o dia inteiro numa dessas lojas de shopping e só queria
ver o pôr do sol com a companheira. Natasha queria beber, fumar e, quem sabe,
transar num desses motéis baratos do centro da cidade. Nicole queria ficar ali,
abraçadinha com quem ela sentia ser o amor de sua vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nicole carregava inúmeros
complexos em sua cabeça de ex-adolescente. Namorados traumáticos, família
superprotetora, faculdade interminável. Não reclamava porque gostava de tudo
daquele jeito, feito o exercício do caos. Ultimamente, tinha pedido aos deuses
uma paixão arrebatadora, apelando, inclusive, para o vestido vermelho e para a
calcinha cor de rosa na noite de Réveillon. Dito e feito. Natasha apareceu durante o maior
porre da vida de Nicole, em uma boate gay, lugar onde a patricinha nunca havia
pisado antes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Natasha era totalmente o oposto
de Nick, como gostava de tratá-la. Rockeira desde a adolescência, a garota de
quase 22 anos era o que eu posso chamar de ‘a personificação da loucura’. Uma
loucura boa, eu diria. Vodka, cachaça, uísque, cerveja, destilados diversos e álcool
capaz de colocar uma frota inteira de carros bicombustível pra atravessar os
890 metros da Ponte do São Francisco. Como eu gostava dessa garota. Como eu
gostei de observá-la bêbada jogada no banheiro da casa de uma das amigas
lésbicas sem sequer saber onde estava. Como eu gostei de vê-la em sua casa, vomitando
em plena segunda-feira depois de um porre de vinho barato. Minha ébria
preferida!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nicole beijou Natasha por causa
da carência. Havia visto o perfil do ex-namorado sendo atualizado para ‘em um
relacionamento sério com uma puta qualquer’ e foi beber. Bebeu até que fez
amizade com Natasha, que se aproveitou do ‘nenhum homem presta, né amiga?’ e a
fez descobrir que a cura para aquilo poderia estar em peitos e bundas. E em
línguas. Entrelaçadas, descobriram que toda aquela volúpia poderia significar
algo a mais. Foi quando a patricinha percebeu que Natasha era chave de cadeia,
confusão para a família perfeita, a mulher da sua vida. Foi quando percebeu que
estava amando outra mulher.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
3 meses de relacionamento e as
duas já pareciam almas gêmeas de comédia romântica. Amassos quase diários,
ligações até 2 da manhã todos os dias, mentiras para a mãe, festas, sexo pelo
Whatsapp. Nicole e Natasha se amavam e faziam questão de dizer isso uma a outra diariamente. Mas Natasha percebeu que ali não tinha clima como da primeira
vez que transaram. Percebeu que Nicole só precisava de amor e descobriu de uma
maneira bem frustrante que a namorada não pensava em fazer sexo. Nicole era do
tipo que fazia amor, todo dia, toda hora, enquanto ajeitava o cabelo de
Natasha, enquanto a abraçava, enquanto a beijava. Natasha se lembrou dos
tarados com quem ficou, das meninas drogadas com quem transou, da única pessoa
que amou antes de Nick.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="text-align: justify;">Foram embora, sem beber, sem
fumar, sem transar. A seguir, a mensagem de texto que a de quase 22 mandou para
a de 18 logo depois de pôr os pés em casa naquela noite:</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Te quero na parada de ônibus, no sofá da minha casa, no terraço da sua. Te quero fazendo sol ou chuva, dia ou noite. Te quero sorrindo ou chorando, triste ou feliz. Te quero com ou sem roupa. Apenas te quero. Tu é meu sonho, o meu amor. Meu verdadeiro e eterno amor!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com1São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383052 -44.95227280000001 -2.0231572 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-47979503952383869572013-06-09T20:58:00.001-03:002013-06-09T20:59:04.310-03:00Batendo retratos<div style="text-align: justify;">
É que as fotos ficam. Na falta de máquina do tempo, inventaram a fotografia. Não dá pra voltar àquela festa do seu primeiro porre, mas dá pra sorrir bastante olhando aquela imagem registrada pelo V3 cor-de-rosa da sua melhor amiga. O namoro acabou, vocês nem se falam mais, mas provavelmente alguma foto do casal ainda está perdida no Fotolog conjugado, cuja senha nenhum dos dois lembra. Para os mais saudosistas, guardar um antigo álbum de família traz muito mais felicidade do que um almoço de domingo na casa da mãe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dia desses, minha madrinha de 92 anos jogou fora um álbum antigo sem nenhum motivo. Confesso que tentei entender o porquê daquela atitude, mas desisti quando vi que ela não se sentia mais à vontade vendo aquelas fotos. Compreendi que um dia a gente simplesmente se cansa de manter as velhas recordações. Os amigos se vão, os amores também e só resta você e aquelas folhas de papel 10x15 desbotadas pelo impiedoso tempo. Por enquanto, ainda não cansei. Espero que não me canse até o meu 100º aniversário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As fotos têm um efeito analgésico. Elas não foram feitas para absorver lágrimas desmedidas após o fim de um ciclo. Esses retratos têm a finalidade de manter a memória viva, ligada ao 220 do sentimentalismo. À exceção das fotos tremidas, qualquer imagem registrada é válida. O sorriso do seu primeiro filho, a emoção da formatura na universidade, a viagem com os melhores amigos da escola. Quem se vai, perde a chance da próxima foto. Quem fica, tem a oportunidade de escolher o melhor ângulo e congelar o tempo, contrariando todas as leis da física e da saudade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Geração nenhuma foi tão apegada à fotografia quanto a atual. Instagram, Tumblr, Flickr, Mobli, We Heart It... Negócios que se popularizaram por causa do nosso saudosismo e da vontade extrema de expor a todos o que nossos pais só mostravam aos amigos mais chegados. Ainda encontramos alguns amantes do mundo analógico, mas confesso que não dispenso a praticidade do digital ao meu alcance em um descompromissado clique. Coracionar virou moda. Fotografar virou estilo de vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Morar em uma cidade histórica tem suas vantagens. Final de tarde posando em frente a casarões, ruínas servindo de cenário para eternizar histórias de amor, o tempo como pano de fundo para a posteridade. Qualquer um é fotógrafo. E isso não é bom ou ruim. Como é incrível comparar o antes e o depois de um determinado local. Quantas histórias não foram desenhadas naquele lugar? Quantas pessoas passaram por ali? Envelhecer é possível quando estamos diante de uma fotografia?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Guardo muita coisa antiga em meus arquivos (digitais e físicos). De vez em quando, sinto saudade e vou lá fazer uma pequena viagem, sem custos, aborrecimentos ou overbooking. E me pergunto: o que seria de mim sem tudo isso? O passado importa a partir do momento em que te ajuda a ser alguém melhor. E o meu, com certeza, me ajudou a ser quem eu sou hoje. Triste daquele que não fotografa. Triste daquele que não eterniza um abraço, um sorriso, um beijo apaixonado. A mente uma hora cansa. A lembrança uma hora descansa. Repouse nas fotos e descubra o quanto você era feliz e não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo. Fotografe!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<center>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/X8UR2TFUp8w" width="420"></iframe></center>
<center>
<br /></center>
<center>
</center>
</div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com1São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383052 -44.95227280000001 -2.0231572 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-14586012465907620122013-06-02T17:49:00.000-03:002013-06-02T17:49:00.980-03:00Quero!<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quero ser o teu escritor. Quero
acordar às 3 da manhã de uma madrugada fria só pra rabiscar segredos na tua
agenda velha. Quero espantar o mal que é não te ter por perto inventando a
personagem mais onipresente que já existiu na história. Quero povoar teu mundo
com vírgulas, exclamações, orações subordinadas e tudo mais que couber na nossa
folha em branco. Te quero completa, sem jamais sonhar com um ponto final.
Qualquer um me entenderia.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quero ser o teu escritor porque
eu simplesmente não saberia ser mais nada além de apenas isso. Médico,
advogado, jornalista, apaixonado. Quero te acordar às 3 da manhã de uma noite
quente só pra rabiscar minha língua no teu corpo. Quero renovar o bem que é te
chamar de “meu bem” a cada ligação diária. Quero te chamar de "minha" mesmo que
nossa aventura não dure mais que os atuais 500 anos. Quero ser o teu Pessoa,
Drummond, Machado. Você me entenderia.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quero escrever um livro. Te
colocar como capa, dedicatória, nota de rodapé. Escrever teu nome a cada 637
palavras. Está ali, tá? Povoar as páginas ímpares com meus defeitos e as pares
com tuas qualidades. Marcar uma sessão de autógrafos no teu lugar preferido
dessa cidade idosa. Talhar nossos nomes na árvore mais antiga e deixar que a
seiva da paixão escorra em direção ao chão, ora dominado por nossos pés, ora
habitado por nossos corpos em movimento apaixonado. Quero descobrir nossa
própria rotação. Translação. Os geógrafos me entenderiam.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas sabe o que eu quero de
verdade? Teu sorriso a cada afago nesse cabelo cuidadosamente rebelde. Teu
olhar de felicidade a cada sussurro musicado nesse ouvido de princesa. Teu
abraço demorado a cada medo de me perder. Teu corpo curvilíneo, desenhado pra
atender tuas necessidades e completar as minhas. Tua voz ecoando pela minha
cabeça enquanto faço a primeira prova da disciplina mais empolgante da universidade. Só quero te ter por perto, entende? Sentir saudade imediatamente
depois de te ter por um dia inteiro. Olhar tuas fotos nas redes sociais e
perder toda minha concentração no trabalho. Responder uma mensagem de texto te
chamando de amorzinho, de um jeito que só a gente e o pessoal do Porta dos
Fundos entende. Alguém me entenderia?<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quero estar nos teus livros, teus
discos, na tua roupa. Quero escrever a mais bela história de amor que já
inventaram por aí. Quero estar na tua mente daqui a 50 anos. Quero ver o teu
sucesso, acompanhar tua carreira, mimar teus filhos. Ou os nossos, quem sabe!
Quero acordar desse sonho e te preparar um café da manhã especial feito com o
ingrediente mais especial que possa existir: o amor. Quero ser o teu clichê,
teu amante mais brega, teu eterno namorado. Eu te quero, guria. Como nunca quis
ninguém nessa vida!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiufnaYUDE1L2nGhKKBvBSi8l8TDEsNZzbV7rUBIMYMFKlgPnV28Lh69MxxoFMPlCJx6dGvcLUBflNeqCdIAgTfXkh4NHZ85g-YnSKMbFxEVpM8skJ0LsPtCjHX8n3kfRpMNcscvmHj/s1600/casal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiufnaYUDE1L2nGhKKBvBSi8l8TDEsNZzbV7rUBIMYMFKlgPnV28Lh69MxxoFMPlCJx6dGvcLUBflNeqCdIAgTfXkh4NHZ85g-YnSKMbFxEVpM8skJ0LsPtCjHX8n3kfRpMNcscvmHj/s1600/casal.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="color: red;">*'Quero' também é o título de uma das minhas poesias favoritas de Carlos Drummond de Andrade. Clique <a href="http://www.youtube.com/watch?v=2GMoB1ukqCk" target="_blank">aqui</a> para ouvi-la na voz do ator, já falecido, Paulo Autran.</span><br />
<span style="color: red;"><br /></span></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383052 -44.95227280000001 -2.0231572 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-77066064270216992772013-04-21T01:53:00.000-03:002013-04-21T01:53:17.106-03:00Excitantemente apaixonante<div style="text-align: justify;">
De repente a gente se sente diferente. Acorda com mais disposição pra enfrentar um dia corrido, trata melhor quem está ao nosso redor, admira as mesmas paisagens com um novo olhar... E tudo isso por causa de uma só pessoa, que, geralmente, entra na sua vida sem pedir licença e colore de laranja o que antes era cinza escuro. Não dá pra prever quando irá acontecer, muito menos dizer quando é que começa. É excitantemente surreal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que aconteceu com todos aqueles problemas do mês passado? Eles estão resolvidos, pendentes ou acomodados debaixo de um manto de felicidade? E quanto aos traumas e motivos para nunca mais querer se apaixonar? Ainda existem? Não sei ao certo. O que eu sei é que apaixonar-se é tão bom quanto apaixonar-se. Assim, desse jeito. Querer ficar junto, abraçar, beijar, falar 25 horas ao telefone jurando que o dia tem 26. É gostoso, e é excitantemente assustador.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Paixão não é amor – e nem poderia ser. São duas faces da mesma moeda. Moeda que também sofre com altas e baixas, inflação e delírios de consumo. Ninguém, nem mesmo o mais comunista dos homens, deixa de sofrer com o capitalismo sentimental que nos pega às 5 da tarde de uma segunda-feira nublada. Mas como pode, hein? Você conhece alguém na fila do cinema e, despretensiosamente, se apaixona. Entra numa sala de bate-papo da internet e, como que por milagre, fica caidinho por quem está do outro lado. E quanto ao ‘amor à primeira vista’? Loucura demais ou uma confusãozinha necessária pra bagunçar a rotina? Perfeitamente normal e excitantemente formidável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Peço que aproveitem cada momento desse gostar desenfreado, dessa vontade absurda de preencher o vazio amoroso que existe em nós. Apaixonar-se é ver no outro o que falta em você. É ter a certeza de que o homem não é uma ilha. É colocar um sorriso no rosto do tamanho do maior prédio da Terra e fingir pra Deus e o mundo que você está rindo da manjada piada que te contaram hoje de manhã. Apaixonar-se é se doar por inteiro, pagando meia pra uma sessão de um filme de terror no cinema. É fechar os olhos e conseguir descrever cada detalhe da pessoa amada. Apaixonar-se é odiar a ideia de ter que lavar a roupa que ficou com o cheiro do amado. É ter história pra contar. É contar com a sorte. E é, principalmente, excitantemente apaixonante.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<center>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/DppBhl4_fJc" width="560"></iframe></center>
<center>
<br /></center>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383057 -44.95227280000001 -2.0231567 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-69645952678126052522013-01-26T23:32:00.000-03:002013-01-26T23:32:14.409-03:00Faltou coragem?<div style="text-align: justify;">
Fui acostumado pela vida a gostar das coisas impossíveis. A
primeira guria por quem fui timidamente apaixonado fazia a quarta série do
ensino fundamental enquanto eu estava na segunda. Via aquele corpo de menina
mais velha todos os dias da semana, às 7 e meia da manhã, chegando em um carro
dirigido, provavelmente, por seu pai. Nunca tive coragem de contar a ela como
era engraçado a vertigem que me dava quando a via. Nunca deixei transparecer o
quanto eu gostava de escutá-la cantando ‘Devolva-me’ da Adriana Calcanhoto para
minha professora da época. Seu nome? Gabriela, feito a musa de Jorge Amado.
Nome completo? Uma visita escondida, quase uma aventura, por sua sala de aula
em busca da lista de frequência. Era um prelúdio do que estaria por vir.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Meus amores platônicos dos últimos 10 anos me tornaram
alguém mais forte. Eu nunca tive coragem de dizer a nenhuma delas o que sentia.
No máximo, alguém descobria, contava e eu ficava com cara de bobo quando tinha
de encará-las. Uma delas se aproveitou desse gostar, me pediu 70 centavos,
prometeu pagar no dia seguinte e até hoje me deve. Ainda penso em ajuizar uma ação
pedindo o pagamento, com juros e correção monetária.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ainda sobre coisas impossíveis, eu me apaixonei por uma
garota que tinha namorado. Não um desses namoros modernos, que acabam logo
depois que começam. 3 anos, famílias, segredos, histórias, fotografias. Não era
inveja, era vontade de ser feliz com alguém – e era ela a escolhida. Seus
cabelos negros e sua pele branca denunciavam que eu seria especialista em me
apaixonar por princesas, como seu pai gostava de chamá-la. De um jeito maluco,
como se os deuses do Olimpo finalmente resolvessem me presentear com algo bom,
ela também se apaixonou. E a gente foi feliz, até onde deu.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O mais legal disso tudo é que eu não tive coragem de dizer a
ela que estava apaixonado enquanto ela namorava o outro cara. Deixei assim
ficar subentendido. Não era, não é e nem nunca será meu objetivo de vida ver
quem eu amo infeliz. Se o namoro estiver fazendo bem, jamais direi, mesmo que eu
esteja perdidamente enamorado, que o lugar da criatura é ao meu lado. Talvez
falta de coragem, talvez respeito. Eu não tenho o direito de me intrometer na
vida de ninguém. Eu não quero ser feliz deixando o meu semelhante infeliz. É
estilo de vida.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Escrevo estas malfadadas linhas pra tentar entender onde
estou errando. O mais óbvio é que me falta coragem, mas não me falta razão. Se
eu não tive atitude em certos momentos da vida é porque isso era o certo a
fazer. Não cobre e nem passe na minha cara o quanto eu vacilei. Eu, mais do que
qualquer um, sei onde estão meus erros e o que fazer para corrigi-los.
Desperdicei um projeto maior em minha vida por respeito ao meu semelhante, que,
com certeza, ficaria infeliz ao saber da história. E repito: não gosto e nem
quero ver quem eu amo infeliz. Nem mesmo você.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por isso, é hora de arrumar as gavetas (resgatando uma velha
metáfora minha) e recomeçar de maneira mais sensata e prudente, com uma pitada
de coragem e aventura a gosto do freguês. Creio que certas histórias ainda se repetirão,
mas seguirei firme em meus ideais. Maturidade é aprender a conjugar a vida. E
isso, minha cara, eu sei de sobra... Adeus e até mais!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<center>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/gGdGFtwCNBE" width="560"></iframe></center>
<center>
<br /></center>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com2São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383057 -44.95227280000001 -2.0231567 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-45966737830024082842013-01-12T01:12:00.001-03:002013-01-12T01:12:54.265-03:00Amores são terríveis, sabia?<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Amores não são terríveis. Amores são amores, feitos de
alegria, compreensão e beijo na boca. Amores são diários, cotidianamente
escritos com caneta esferográfica de tinta preta. Amores são pores do sol no
Terminal de Integração da Praia Grande, perto do VLT. Amores são duas almas em
perfeita sintonia, alinhadas feito eclipse total da lua. Alinha-se a vontade de
ter um amor com a vontade de ser amado. Amor é pecado. Amar é ter com quem
pecar.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Amores são terrivelmente belos. Beleza que não se admira em
exposição de arte ou desfile de moda. Amores são uns bobos, rolando na grama
depois da primeira chuva do ano. Amores se encontram na fila do cinema, em uma
sessão esgotada para o futuro ganhador do Oscar. Amores, muitas vezes, nem
sabem que são amores. Xingamentos, beliscões, risos amarelos e amores. Afinal,
quem está preparado pra amar? Amar não é despreparo, surpresa, estar desengonçado
frente ao amor? Amar não é simplesmente amar?</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Amores são terríveis. Acabam com o juízo, proporcionam a
insônia, afetam o metabolismo. Pra desregular, basta amar! Amores se
desencontram tentando se encontrar e acabam perdidos no meio do nada. Amores
são decadentes com elegância. Amores são elegantes em decadência. Só não me
peça pra parar de amar. Não me peça pra parar de perder o juízo, ficar sem dormir
ou manter-me desregulado. Só não me peça pra parar de ser terrivelmente amor.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Amores são amores. E só. Dois, três, quatro amores. Dores.
Pores do sol na Praia do Calhau falando sobre ex-amores. E se tu fores pra
nunca mais voltar? Fico aqui ou procuro um novo amor? Vou-me embora pra Pasárgada pra ser amigo de quem? Nem o Rei me quer mais em suas terras. Alega que não tenho um amor, desses de contos de fada, desses de poema do Drummond. Minha vida é uma quadrilha, onde sequer J. Pinto Fernandes aparece na história. Cadê você, amor? Vou me precipitar no caos com essa coleção de objetos de não amor. Amores tecem dores. Amortecedores. Freio em mim mesmo. Freio a mim mesmo. Amores são terríveis? Sim, da pior espécie que possa existir!</div>
<br /></div>
<center>
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/1jQTtUgIrmI" width="560"></iframe></center>
<center>
<br /></center>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383057 -44.95227280000001 -2.0231567 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-14015456478610758612013-01-05T13:28:00.000-03:002013-01-05T13:28:00.064-03:00A expectativa é a última que morre<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dia desses, falei pra um grande amigo meu que o maior mal do
ser humano é criar expectativas demais. Nós conversávamos sobre vida, futuro,
defeitos, mulheres, carreira, a palavra mais bonita do dicionário, a mais feia,
intimidades, solidão, sentimentos... Dentre as dezenas de assuntos que surgiram
no sofá daqui de casa, ‘criar expectativas’ martelou minha cabeça por muito tempo.
Tanto a ponto de eu achar que merece algumas considerações em forma de texto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ontem, por exemplo, saí de casa carregado de expectativas. E
o pior: negando a mim mesmo que eu estivesse esperando por algo. A gente sempre
enxerga nas novidades a saída para nosso desespero. E a novidade era o máximo,
o paradoxo estendido na areia, como diz Gil. Não é que não tenha sido bom. Só
não foi bom o suficiente. Um coito interrompido, sem roupas jogadas no chão. Acho
que faz parte de um plano maior, algo a ser aproveitado melhor daqui pra
frente. Como sou otimista...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Otimista porque ontem eu pensei que não fosse ter outra
discussão de não relacionamento. A pessoa surge como quem não quer nada, expõe
todas as suas mágoas, você se sente a pior pessoa do mundo, promete mudar e, no
final, seus corpos estão coladinhos feito casadinho de festa de aniversário. Eu
não sei se quero resolver todos os meus problemas desse jeito. É bom, é digno,
mas é o certo? Quando, afinal, você vai entender que não somos nada além de nós
dois - separados?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Outra expectativa insana é achar que cuidar de alguém vai
fazer com que ela enxergue você com outros olhos. Eu adoro distribuir atenção,
carinho, cuidar das outras pessoas, mas sempre espero que isso seja recíproco.
E quando não é, machuca! Todo mundo me diz pra parar de esperar das outras
pessoas atitudes que se encaixem perfeitamente àquilo que eu quero, afinal, o
mundo não gira ao redor do meu umbigo. E eles estão certos. Mas eu continuo
acreditando que dá pra criar um “umbigocentrismo” de vez em quando...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Já virou rotina: aquilo que deveria ser só diversão sempre
acaba em diversão e algo mais, carregado de expectativas futuras. Minha
ex-namorada dizia – e quem acompanhou meus textos antigos sabe disso – que é
melhor planejar ser pego de surpresa. É muito mais cômodo deixar que seus
sentimentos sejam controlados pelo acaso, mas apimentá-los com doses de
expectativa dá muito mais emoção. Ela, ao contrário de mim, sempre esperava
pelo pior, mas tinha uma explicação racional para esse pessimismo: dizia que,
esperando pelo pior, a gente não se frustra tanto como se estivesse aguardando
o oposto. Vai ver é isso mesmo: esperar pelo pior, mantendo a fé de que tudo
vai dar certo. Com uma pontinha de esperança, escondida no recôncavo mais
íntimo de seu nobre ser. Ou não ser, eis a questão!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwKKwgTjxA99_G865wQu2NJmcGX3lCm-fC1AYHqyPcCJ5_5IqofL4IT9XW4KGVY8SeEJX0v4qWegmoHe6YV0j251VeqaTpi7eHEVXEn9SLcl0RagIuAIffxCZALKODXdeIyrjlD2H2/s1600/tumblr_lkvrc479iZ1qjn5vwo1_500_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwKKwgTjxA99_G865wQu2NJmcGX3lCm-fC1AYHqyPcCJ5_5IqofL4IT9XW4KGVY8SeEJX0v4qWegmoHe6YV0j251VeqaTpi7eHEVXEn9SLcl0RagIuAIffxCZALKODXdeIyrjlD2H2/s400/tumblr_lkvrc479iZ1qjn5vwo1_500_large.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383057 -44.95227280000001 -2.0231567 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-75463398649954218462012-12-31T16:12:00.001-03:002012-12-31T16:12:54.081-03:00Métodos Marckosianos (7)<div style="text-align: justify;">
Hora da retrospectiva. Hora de abrir as gavetas, retirar o lixo acumulado, arrumar todo o volume
amontoado e procurar aproveitar apenas aquilo que vale a pena de verdade. Selecionamos
pessoas, histórias e fotografias e as colocamos no baú do recomeço, esperando
que a fagulha do novo seja capaz de preservar emoções inesquecíveis.
Prolongamos sentimentos, analisamos condutas e acabamos culpados pelo simples
ato de tentar novamente. Mais uma chance pra tentar ser feliz. Mais um ano pra
chamar de seu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sei ao certo se 2012 foi um ano bom pra mim. O fato de
encerrá-lo com saúde, bons amigos e paz em família já é suficiente pra afastar
todos os prognósticos de que os últimos 366 dias foram ruins. Mas acontece que
o ser humano é insatisfeito. Nada está 100% perfeito e sempre vai faltar a peça
do quebra-cabeça capaz de finalizar a brincadeira. E que peça é essa capaz de
deixar o trem seguir em linha reta? Que peça é essa capaz de acabar com a
diversão? Terminar o jogo é a melhor saída? Não sei não...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Decidi contar um pouco sobre meu ano selecionando 12
palavras que sintetizam, mais ou menos, tudo aquilo pelo que passei. Não posso
jamais abrir minha boca e dizer que fui infeliz nos últimos meses. Seria uma ofensa
contra mim e contra as muitas pessoas especiais que passaram por minha vida
durante 2012. Felicidade é uma questão de espírito. Ou só questão de ser, como diz <a href="http://www.youtube.com/watch?v=s2IAZHAsoLI" target="_blank">Jeneci</a>. E que comecem os trabalhos...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>PERDÃO.</b> Eu sempre fui de perdoar. Deixar as mágoas pra trás e resolver meus problemas de maneira pacífica e ordeira. Ao longo desses 21 anos, muita água ofensiva rolou por debaixo da minha ponte, mas eu consegui controlar a onda formada ao meu redor. Perdoei atitudes, palavras (ditas e não ditas) e condutas, mantendo a cabeça erguida enquanto esperava que tudo voltasse ao normal - se assim tivesse de ser. O tempo passou e um dos meus grandes amigos de infância voltou a frequentar minha vida. Minha ausência deve ter servido pra alguma coisa e hoje ele mostra ser uma pessoa bem melhor do que aquela que perdeu minha confiança anos atrás. Espero que tudo continue assim. E que nossas memórias continuem firmes pra lembrar daquele passado glorioso de outrora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>MEDO.</b> Mentira se eu disser que não tentei recomeçar, amorosamente falando. Tentei - de uma maneira torta, é bem verdade -, mas tentei. Eu sempre disse que tentar é melhor do que deixar pra lá. Mas em 2012 eu consegui a brilhante proeza de tentar deixando pra lá. Não fui mais feliz porque faltou coragem. Coragem do beijo roubado, da decisão na hora certa, coragem de parar de pensar nos outros e olhar mais pra mim... Mas a culpa não é só minha. É difícil tentar ser corajoso quando a outra pessoa não esboça reação ou quando sequer sugere que algo pode acontecer. Faltou coragem pra agir, mas não faltou decepção pra aprender.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>DECEPÇÃO.</b> Nós sempre iremos nos decepcionar. Com a namorada, com o marido, com o time de futebol, com o político eleito. A decepção está na linha da vida. Tentar evitá-la é pura perda de tempo. Mas dá pra aliviar a dor se preparando para o pior. Não sugiro que sejamos pessimistas, apenas desconfiados e um pouco atentos aos movimentos do jogo. Você, minha cara, é meu retrato de decepção em 2012. E todos os seus medos e complexos? E todos aqueles telefonemas querendo me ver, tipo, do nada? Não era um sinal? Entendi errado ou você queria brincar de sugerir o que não poderia ser sugerido? Eu sei. Fui embora primeiro, mas você sabe o motivo: querer e não ter estava ficando insuportável. Perdi você duas vezes em um único ano. Agora é pra valer. A gente se perdeu...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>MARASMO.</b> Larguei o emprego porque a faculdade iria me tomar muito tempo. Risos. Veio a greve das universidades federais e todos os meus planos foram por água abaixo. Consegui descansar e recarregar as baterias por um longo ano. Fiquei viciado em Avenida Brasil e escrevi até um <a href="http://senhor-do-tempo.blogspot.com.br/2012/07/um-vicio-chamado-avenida-brasil.html" target="_blank">texto</a> falando sobre a novela. Pra quem não parava desde 2010, uns meses acordando às 10 da manhã fizeram um bem danado. Agora vou deixar a preguiça existencial de lado, arregaçar as mangas e começar novos projetos em 2013. Espero que tudo dê certo, se Deus quiser!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>MUDANÇA. </b>"Valeu a pena acreditar na mudança, valeu a pena!" Eu nunca me envolvi tanto com política quanto durante as últimas eleições municipais em São Luís. Indignado com a gestão do ex-prefeito (como é bom poder colocar esse prefixo) João Castelo, usei minha voz e mínima influência nas redes sociais pra espalhar a ideia de que mudar era preciso. Edivaldo Holanda Jr. se tornou um dos ícones e ídolos da minha curta existência. O candidato que carregava o 36 no peito, assim como milhares de ludovicenses, se mostrou, acima de tudo, humilde, conseguindo vencer a eleição depois de 3 meses de muito suor pelos bairros. A dura tarefa de comandar uma das cidades mais antigas do Brasil começa agora. Espero não ter que colocá-lo na lista de decepções da minha vida daqui a algum tempo. Espero de verdade...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>DIVERSÃO.</b> Eis as vantagens de ser solteiro: poder sair sem dar satisfação, aproveitar o melhor da noite sem ter que se explicar no dia seguinte, fazer o que der na telha, etc, etc, etc. E como eu me diverti em 2012. Baladas, festas particulares, lanches, almoços, jantares. Até a mais simples ida ao cinema foi motivo de diversão no ano que finda. Com a ajuda do velho e querido álcool, muitas emoções foram potencializadas, muitas mensagens foram mandadas na hora errada e até algumas mordidas foram dadas, tudo em prol do "ter história pra contar". A gente não ganha nada, mas se diverte!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>EFÊMERO.</b> Ah, o efêmero! As emoções passageiras, o beijo que não dura mais que uma noite, as palavras ditas que não fazem o menor sentido no amanhã... Pela primeira vez, descobri a sensação por trás do "ficar sem compromisso" e me acostumei com certas coisas. Ainda tentei ligar no dia seguinte, mandar mensagem pelo Facebook, puxar papo no Whatsapp, mas uma hora acordei e percebi que aquilo não era o que ninguém queria. Estabeleci limites e fui sincero até onde pude, tentando fazer com que ninguém saísse magoado desse arremedo de relacionamento. Se o fiz, peço sinceras desculpas. A gente erra na melhor das intenções. Faz parte da vida.<br />
<br />
<b>ZUERA.</b> Não, a palavra não está escrita errada. A "zuera" a que me refiro é a diversão desmedida dos amigos maranhenses do Twitter. Uma turma legal que tive o prazer de conhecer em 2012 e responsável por muitos e bons momentos de alegria e loucura no ano que se encerra. Afinal, não é todo dia e com qualquer grupo de amigos que você leva sua mãe de 40 anos para ir ao banheiro de um bar onde rockeiros se reúnem no fim de semana. Nunca vou me esquecer da cara dela olhando pra eles e dizendo: "esse lugar é estranho!".<br />
<br />
<b>CONHECIMENTO.</b> Li muito mais que 400 páginas em uma semana, como desejei ano passado. A faculdade e o prazer pelo saber me transformaram em um leitor sedento até por bula de remédio. Não que eu não tivesse esse hábito antes, mas ele foi potencializado em 2012 e, com certeza, será mais ainda nos anos seguintes. Vi bons filmes, li muita coisa e ouvi histórias incríveis de gente igualmente sensacional. Aliás, essa sede de conhecimento é um conselho que sempre darei para qualquer um. Se quiser me agradar, me peça uma sugestão de filme ou livro. Todo mundo sairá satisfeito da conversa...<br />
<br />
<b>PROMESSA.</b> Como eu prometi em 2012. Prometi uma caixa de chocolates pra uma amiga na Páscoa e nada até hoje. Prometi que não sairia da vida de uma pessoa e saí - por um motivo plausível, mas saí. Prometi cumprir algumas promessas antigas e nada. E quanto aos furos e bolos? Desmarquei tantas saídas previamente combinadas que até perdi a conta. Mas tem uma explicação, eu acho. O marasmo de 2012 me fez desistir de muita coisa. A empolgação de uma semana inteira ia embora justamente no dia em que o evento aconteceria. Tudo culpa da preguiça existencial. Mas isso acabou. Faço agora a primeira promessa pra 2013: prometer menos e agir mais. E que eu consiga cumpri-la, afinal.<br />
<br />
<b>SHOW.</b> David Guetta, Pouca Vogal, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Vander Lee, Alcione, Zeca Pagodinho e Roupa Nova, sem contar as bandas maranhenses. Nunca fui em tanto show como em 2012. A companhia agradável, seja da família ou dos amigos, contribui fortemente para tornar o espetáculo inesquecível. Encerro o ano com lembranças marcantes de cada um desses shows. E que venha muito mais em 2013.<br />
<br />
<b>SURPRESA.</b> Muita coisa me surpreendeu em 2012. Foram histórias, casos vistos na televisão, algumas pessoas (que foram gratas surpresas especiais do ano que se encerra) e, principalmente, as manifestações de parabéns pelas redes sociais no dia de meu aniversário. Pela primeira vez, consegui perceber como as pessoas me veem de verdade. Longe de toda a falsidade e indiferença que supostamente reina na internet, li depoimentos e desejos sinceros totalmente inesperados. Gente que não tem um grande contato comigo na "vida real", mas que me admira pela web, por exemplo. A todos que me desejaram parabéns no dia 17, meu muito obrigado. Juro não decepcioná-los e tentar ser alguém melhor a cada dia.<br />
<br />
Pois bem. O texto é grande, mas é de coração. Acho que resumi de maneira satisfatória um pouco desse 2012 controverso. A vida continua, apesar de sabermos que, na prática, a simples mudança de calendário não muda absolutamente nada. Que sejamos pessoas melhores em 2013 e que possamos compreender que cultivar o amor ainda é a melhor saída para os principais problemas da humanidade. Viva 2013. Viva!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqdUnCsZ0gfXiwfzU2A__hPNsXDRecwK4OOVxTfmOI5oMzKGPuJ2q8HJr2g2jCfOBf3Qpni1GlyVjkdLFSQv2uGVJCoTfLcOSpMb8hemKXBMtAMNE0tahc1-ZksZhZp5trv91nKSWt/s1600/tumblr_mfwsylaU3e1rly7zyo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqdUnCsZ0gfXiwfzU2A__hPNsXDRecwK4OOVxTfmOI5oMzKGPuJ2q8HJr2g2jCfOBf3Qpni1GlyVjkdLFSQv2uGVJCoTfLcOSpMb8hemKXBMtAMNE0tahc1-ZksZhZp5trv91nKSWt/s400/tumblr_mfwsylaU3e1rly7zyo1_500.jpg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, República Federativa do Brasil-2.5307312 -44.306825800000013-3.0383057 -44.95227280000001 -2.0231567 -43.661378800000016tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-3622032983727574322012-12-19T13:09:00.000-03:002012-12-19T13:09:49.434-03:00Top 10 - Músicas Para Aproveitar o Fim do Mundo<div style="text-align: justify;">
21 de Dezembro de 2012. Eis o fatídico dia do juízo final, segundo a famosa profecia dos Maias. O mundo que conhecemos não existirá mais depois de sexta-feira. Tecnologia, Natal, Réveillon, tudo será mera lembrança - ou nem mesmo lembrança, já que não restará ninguém para contar história. Pensando nisso, com a intenção de fazer com que aproveitemos bem nossas últimas horas na Terra, resolvi selecionar 10 músicas que falam sobre o fim, seja o final de um relacionamento, o adeus a alguém especial ou sobre o fim do mundo, propriamente dito!</div>
<br />
<span style="color: red; font-size: large;"><b>10</b></span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong3070701356" name="gsSong3070701356" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=30707013&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=30707013&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Leandro%20e%20Leonardo%20N%C3%A3o%20Aprendi%20a%20Dizer%20Adeus" title="Não Aprendi a Dizer Adeus by Leandro e Leonardo on Grooveshark">Não Aprendi a Dizer Adeus by Leandro e Leonardo on Grooveshark</a></span></object></object><br />
<div style="text-align: justify;">
"Não Aprendi a Dizer Adeus", de Leandro e Leonardo tem 21 anos, assim como eu. A canção de 1991 retrata o final de um relacionamento, a reluta em aceitar o fato, mas, principalmente, expõe um eu-lírico conformado com o abandono, ao desejar a felicidade da pessoa amada, mesmo que longe dele. Em 1998, com a morte de Leandro, a canção foi entoada por milhares de fãs durante o velório e o enterro do músico. Nunca aprendemos a dizer adeus, mas sempre esperamos que o inverno passe e apague a cicatriz.</div>
<br />
<span style="color: red; font-size: large;"><b>9</b></span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong257452845" name="gsSong257452845" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=25745284&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=25745284&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Engenheiros%20do%20Hawaii%20At%C3%A9%20o%20Fim" title="Até o Fim by Engenheiros do Hawaii on Grooveshark">Até o Fim by Engenheiros do Hawaii on Grooveshark</a></span></object></object>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Uma das canções mais bonitas dos Engenheiros do Hawaii, "Até o Fim", de 2003, é uma verdadeira ode à persistência. Com frases como "não vim até aqui pra desistir agora" e "se depender de mim, eu vou até o fim", a música nos mostra que não desistir pode ser a melhor saída para os problemas da vida. Um verdadeiro livro de autoajuda, em versão musical.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: red; font-size: large;"><b>8</b></span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong47052697" name="gsSong47052697" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=4705269&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=4705269&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Gram%20Antes%20do%20fim" title="Antes do fim by Gram on Grooveshark">Antes do fim by Gram on Grooveshark</a></span></object></object>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Gram foi uma banda paulistana dos anos 2000, conhecida principalmente por causa da canção "Você Pode Ir na Janela", cujo clipe vivia nas paradas da MTV em 2004. "Antes do Fim" retrata o egoísmo daqueles que querem "ter a cara em bronze numa praça" sem ter feito nada de importante para isso. A letra ainda revela a infelicidade dessas pessoas, presas em solidão e longe do fim. Vale a pena conhecer outras músicas da banda, que, infelizmente, encerrou suas atividades em 2007.</div>
<br />
<span style="color: red; font-size: large;"><b>7</b></span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong789617469" name="gsSong789617469" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=7896174&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=7896174&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Avril%20Lavigne%20My%20Happy%20Ending%20%5BAlbum%20Version%5D" title="My Happy Ending [Album Version] by Avril Lavigne on Grooveshark">My Happy Ending [Album Version] by Avril Lavigne on Grooveshark</a></span></object></object><br />
<div style="text-align: justify;">
Terminar um relacionamento é sempre doloroso. Todos os momentos vividos e todas as fotos colocadas no Instagram simplesmente não fazem mais sentido depois do infeliz "não dá mais". E sobre os fins de relacionamentos na adolescência, o que dizer? Em 2004, durante a minha adolescência, "My Happy Ending", da Avril Lavigne, era uma das canções mais tocadas no mundo e falava justamente sobre isso: traição e o consequente rompimento do casal. "All the things you hide from me, all the shit that you do" só pioram a coisa e não há explicação que conserte. Nunca foi trilha sonora de nenhum término da minha vida, mas cairia bem para alguns. Afinal, ainda falta muito para eu ter o meu "happy ending".</div>
<br />
<span style="color: red; font-size: large;"><b>6</b></span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong2537025577" name="gsSong2537025577" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=25370255&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=25370255&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=The%20All-American%20Rejects%20It%20Ends%20Tonight" title="It Ends Tonight by The All-American Rejects on Grooveshark">It Ends Tonight by The All-American Rejects on Grooveshark</a></span></object></object>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Alívio. Pelo menos pra mim, é o que move a letra de "It Ends Tonight" do The All-American Rejects. Chega a hora de soltar as amarras e ir embora, deixando alguém para trás. "Maybe it's best you leave me alone" e isso terá fim hoje à noite. Às vezes, apesar de não ser a única opção, ir embora e desembaraçar a mente é o melhor a se fazer, mesmo que a outra pessoa não entenda o porquê daquilo. Experiência própria e essa música tocando no momento em que fiz isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: red; font-size: large;"><b>5</b></span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong2974993163" name="gsSong2974993163" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=29749931&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=29749931&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Britney%20Spears%20Till%20the%20World%20Ends" title="Till the World Ends by Britney Spears on Grooveshark">Till the World Ends by Britney Spears on Grooveshark</a></span></object></object><br />
<div style="text-align: justify;">
Embarcando na moda do fim do mundo, que assola os mais medrosos desde o início da década, Britney Spears fez sucesso nas paradas e baladas mundiais em 2011 com sua "Till The World Ends". Perfeita para se acabar na pista, a música sugere justamente isso: dançar até o mundo acabar. A vontade que dá é a de não parar de cantar o "oh oh oh oh oh oh oh..." que se repete insistentemente ao final da música. "Dance, mesmo que não tenha aonde, além de seu próprio quarto".</div>
<br />
<span style="color: red; font-size: large;"><b>4</b></span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong2531401711" name="gsSong2531401711" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=25314017&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=25314017&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Various%20Artists%20U2%20-%20Until%20The%20End%20Of%20The%20World" title="U2 - Until The End Of The World by Various Artists on Grooveshark">U2 - Until The End Of The World by Various Artists on Grooveshark</a></span></object></object><br />
<div style="text-align: justify;">
Homônima ao filme do qual foi trilha sonora, "Until The End Of The World", de 1991, é uma canção do U2 que fala sobre o fim do mundo muito antes da divulgação massiva da profecia maia sobre 2012. O que se sabe é que desde sempre a humanidade encarou suposições apocalípticas como essa, seja através do profeta Nostradamus ou por meio de adivinhos duvidosos mundo afora. A letra da canção descreve uma conversa fictícia entre Jesus Cristo e Judas Iscariotes, com temas que vão da Última Ceia ao suicídio de um Judas triste e arrependido após trair o filho de Deus. Eis o Apocalipse causado por uma traição, mesmo que hipoteticamente falando.</div>
<br />
<span style="color: red; font-size: large;"><b>3</b></span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong2360802365" name="gsSong2360802365" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=23608023&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=23608023&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=R.E.M.%20Its%20The%20End%20Of%20The%20World%20As%20We%20Know%20It%20(And%20I%20Feel%20Fine)%20%5Bedit%5D" title="Its The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine) [edit] by R.E.M. on Grooveshark">Its The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine) [edit] by R.E.M. on Grooveshark</a></span></object></object><br />
<div style="text-align: justify;">
"It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)", da banda americana R.E.M., é o retrato fiel do Apocalipse moderno a que estamos sujeitos. A letra mistura elementos contidos no livro bíblico sobre o juízo final, como os sete selos, por exemplo, e costumes e problemas rotineiros da atual sociedade (apesar da música ser de 1987), como a guerra, a falta de comida e o insistente ato de televisionar tudo. É o fim do mundo que conhecemos, cheio de mazelas e desesperança, para dar lugar a um provável mundo novo e melhor. Se for assim, melhor que acabe logo - e que permaneça quem deve permanecer.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="color: red; font-size: large;"><b>2</b></span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong2333702079" name="gsSong2333702079" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=23337020&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=23337020&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=CPM%2022%20um%20minuto%20para%20o%20fim%20do%20mundo" title="um minuto para o fim do mundo by CPM 22 on Grooveshark">um minuto para o fim do mundo by CPM 22 on Grooveshark</a></span></object></object></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
"Um Minuto Para o Fim do Mundo" do CPM 22 não poderia deixar de entrar nessa lista. Já vi diversas entrevistas dos caras em programas de TV ultimamente e sempre perguntam se eles vão cantar essa música no dia 21. O vocalista desconversa, fala sobre o sucesso da canção de 2005 e acaba cantando. O certo é que você verá diversas piadinhas na internet às 23h59 do dia 20 com a letra dessa música - que não fala sobre a catástrofe do fim do mundo ou coisa parecida. É mais um final de namoro cheio de sentimentos exagerados, hiperbólicos, algo que deixa você tão mal que parece ser o prenúncio da morte. "E só de pensar em te perder por um segundo, eu sei que isso é o fim do mundo". Ah, sentimentalismos...</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="color: red; font-size: large;"><b>1</b></span><br />
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong281254075" name="gsSong281254075" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=28125407&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=28125407&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Oasis%2Foasis%20Champagne%20Supernova" title="Champagne Supernova by Oasis/oasis on Grooveshark">Champagne Supernova by Oasis/oasis on Grooveshark</a></span></object></object></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
É incrível a sensação de paz que "Champagne Supernova" (1996) do Oasis me dá. O barulho das ondas do mar no início da canção, a voz compassada do Liam Gallagher e até a ideia de ter uma Supernova no céu enquanto alguém me encontra debaixo de um deslizamento de terra, me fazem ter a certeza de que essa é a música que eu queria escutar no repeat durante o fim do mundo. Procurando saber sobre a história por trás da letra, descobri três versões sobre o título da música. A primeira remete ao álbum "Bossanova", da banda Pixies. Noel Gallagher teria confundido o nome do disco enquanto assistia a um documentário sobre champagne. Outra versão da história é que "champagne supernova" é o ato de fumar maconha enquanto bebe-se champagne. Porém, a hipótese mais aceita é a de que em 1995, após um show na Noruega, os irmãos Gallagher teriam ficado encantados com um observatório do local, de onde é possível ver uma Supernova, que, segundo eles, é da cor "champagne". Daí a justificativa do título quase-oficial da música. É, sem dúvida, uma bela canção - e perfeita para dar adeus a esse mundo e encontrar outro, como declarou Noel em 2005, ao dizer que, talvez, a letra fale sobre reencarnação.<br />
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://25.media.tumblr.com/7c8db6859a836bd63f7c62841c1efb42/tumblr_mf91uyt2aM1r0u5pyo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="275" src="http://25.media.tumblr.com/7c8db6859a836bd63f7c62841c1efb42/tumblr_mf91uyt2aM1r0u5pyo1_500.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-187412709392189122.post-62804564997957860562012-12-15T03:06:00.000-03:002012-12-15T13:39:45.433-03:00Destino: futuro!<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
[Marcos, esta carta é para o futuro. É
pra deixar guardada bem no fundo da gaveta que você menos usa. Um dia ela
servirá pra alguma coisa. Eu espero...]</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A gente envelhece. Ganha
olheiras, algumas dezenas de cabelos brancos e um bocado de preocupação.
Criamos expectativas, desejos, fantasiamos romances impossíveis, conhecemos
pessoas maravilhosas e seguimos em frente deixando tudo “voando sem
instrumento, ao sabor do vento”. E sempre tem aquela peça que não encaixa,
feito quebra-cabeça com defeito de fábrica. E tudo isso tem te perturbado
bastante no início desses 21 anos, né?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Calma. Na pior das hipóteses, é
bom encarar tudo isso como sendo inferno astral pré-aniversário. Se essa
preguiça existencial não passar, é melhor procurar ajuda psicológica. Lembre-se
de que não conseguimos nada de mão beijada. É preciso se levantar da cadeira de
balanço, colocar a melhor roupa e ir em busca da diferença – mesmo que ela seja
a mesmice pintada com uma cor azul anil. Hoje eu decidi escrever sem nexo de
causalidade, sem razão, sem porquê.
Sou eu contra mim mesmo (e a favor de uma dezena de leitores que ainda
acreditam nos meus devaneios).</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tá difícil recomeçar, né? Essa
mistura de sentimentos não faz bem a você e só prejudica quem está ao seu
redor, esperando uma resposta, um convite para ir ao cinema ou a um show
qualquer. Tem sido difícil convidar. Tem sido mais fácil recusar convites.
Vamos mudar? Você já mudou? O bacana é parar de fantasiar defeitos e tentar
encontrá-los de fato. E quem não tem defeitos? Custa procurar? Custa se
decepcionar? A gente tá de passagem nesse show chamado ‘vida’ justamente pra
isso. Pelo menos é o que eu penso. Pelo menos é o que me fizeram pensar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Elas. Sempre a tua dor de cabeça.
Você se apaixona, se apaixona, se apaixona, desapaixona, desapaixona,
reapaixona, apaixona de novo, esse eterno ciclo de querer se apaixonar. E fica
imaginando como será daqui a 10 anos. Como estamos depois de 10 anos? Muita
coisa mudou? Muita gente mudou? Quem é você agora, Marcos? Alguém melhor que
eu? Alguém mais angustiado, mais satisfeito, mais feliz? E elas? Ainda importam
ou todas foram pontes para um nível mais apurado de felicidade?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ainda prefere a noite? Ainda tem
aqueles sonhos dos tempos da faculdade? Quais dores sente? Os joelhos estão
bem? Já fez seu check-up? Já aprendeu a dirigir (espero que o trânsito esteja
menos caótico)? Já voltou ao Rio de Janeiro? Já conheceu Curitiba, Minas
Gerais, Fortaleza e São Paulo? Depois dessas perguntas, eu vejo que ainda há
tanto pela frente! É bom se cuidar. A preferência é planejar, deixar sempre a
inquietude te manipular. Ainda te apetece quem te apetecia?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sei lá. São palavras e perguntas
soltas, sem sentido. É de madrugada e poucas vezes eu, você, nós conseguimos
escrever nesse horário. Não vou me estender. Todas as correções devem ser
feitas em mim, não em você. Você é projeto corrigido, versão deluxe, com faixa
bônus e novidades. Saiba que te admiro bastante sem nem ao menos te conhecer.
Acho que você deu certo. Era tudo o que eu queria pra mim, tirando um ou dois
probleminhas fáceis de resolver. Esqueça a dificuldade e mantenha o foco. Lembre-se
de mim, prestes a completar 21 anos, e se pergunte: “eu mudei?”. Mudança, esse
eterno jogo onde o adversário é você mesmo. Bom dia. Boa tarde. Boa noite. E manda um beijo pra ela, seja quem ela for!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://24.media.tumblr.com/09f090c509b9bed01ff4e8c1c2294832/tumblr_mevydyajrg1rgqqy1o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://24.media.tumblr.com/09f090c509b9bed01ff4e8c1c2294832/tumblr_mevydyajrg1rgqqy1o1_500.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcos Limahttp://www.blogger.com/profile/06414023195772007945noreply@blogger.com0São Luís - MA, Brasil-2.5307312 -44.3068258-2.7845417 -44.6226828 -2.2769207 -43.9909688