segunda-feira, 11 de maio de 2009

No dia em que conheci Mario Prata

Era uma segunda como outra qualquer, a não ser pelo fato do professor de Filosofia/Sociologia falar sobre Zadig, um dos personagens de Voltaire. Dentre outras coisas, comentou sobre a ironia da obra e que nela estava a origem de várias piadas que até hoje o Didi usa em seu humorístico dominical. Renato sempre teve disso, pelo menos pra mim. Usa exemplos de sua vida e cabe aos alunos bons da cabeça e doentes do pé tomar para si alguma coisa.

 
Eis então que me surge uma vontade incomum de ler. Naquele instante era Zadig. Eu precisava de algo pra passar meu tempo, pra rir, e descobrir mais coisas, ganhar mais bagagem, digamos assim. E já que eu tinha de ir ao shopping naquele dia à tarde, nada melhor do que passar na livraria e comprar algum, qualquer um, livro.
 
Já devo ter dito por aqui que eu não era muito de ler. A obra que me resgatou a vontade de ficar preso a um livro, curioso com o que vai acontecer e, praticamente, fazendo parte da história, foi “A Sombra do Vento”. Mais algumas coisas, inclusive aulas dessas matérias que possivelmente iriam me levar ao Direito, fizeram com que eu repensasse minha ideia de que livro dá sono. E não deu outra.
 
Aqui em São Luís, a gente não tem muita opção de shopping: ou é o mais badaladinho ou é o mais tranquilo, mais natureza, ar livre. Confesso que prefiro o Tropical (o mais calmo) e lá fui eu na missão de encontrar o livro perfeito. Ao chegar, me deparo com um horror de obras e meu lado indeciso fala mais alto. O vendedor queria porque queria me empurrar Rubem Braga, mas, ao ver um livro com a capa branca e na iminência de saber o que diabos era uma crônica – confesso que eu não sabia até então –, resisti ao sistema e resolvi dar uma chance a Mario Prata. Aquele livro me chamava e eu não entendia o porquê…
 
Foram as melhores leituras. As que fizeram meu tempo passar melhor, as que mais me fizeram rir, as que me ensinaram muita coisa e as que me deram a chance de permitir que eu amasse de novo. Confesso que fiquei com receio de ler e não gostar, mas nem desisti. Agarrei o livro nos braços, paguei e saí com um sorriso no rosto, um sorriso que só viria se repetir depois que eu entendesse o verdadeiro motivo de “As Cem Melhores Crônicas” tanto me chamarem naquele dia.
 
E só porque eu descobri – o tal motivo e o que é, de fato, uma crônica - é que tentei fazer essa daqui. Se saiu legal eu nem sei, mas que foi de coração, isso foi. Zadik, assim como Crepúsculo e tantos outros, eu nunca li. Mas se tivesse que escolher qualquer livro, escolheria mesmo ficar com um que falasse e lembrasse meu ‘amor só de letras’… E viva o mestre Prata !

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3 comentários:

  1. Lembrando que por um tempo foi impossível encontrar esse livro no Tropical Shopping. Só indo fuçar em livrarias do aeroporto de Fortaleza para se achar o exemplar que, tendo 129, 100 ou até uma só crônica, foi uma leitura que valeu a pena :)

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  2. todo encontro com a leitura mereceria crônicas como esta, pois sao as que nos mostram como as pessoas se sentem diante de uma obra literária ou de um autor, no caso o Mário Prata! Gostei!

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  3. Obrigada por comentar no CONTO UM CONTO ^^

    http://conto-um-conto.blogspot.com/

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