domingo, 21 de abril de 2013

Excitantemente apaixonante

De repente a gente se sente diferente. Acorda com mais disposição pra enfrentar um dia corrido, trata melhor quem está ao nosso redor, admira as mesmas paisagens com um novo olhar... E tudo isso por causa de uma só pessoa, que, geralmente, entra na sua vida sem pedir licença e colore de laranja o que antes era cinza escuro. Não dá pra prever quando irá acontecer, muito menos dizer quando é que começa. É excitantemente surreal.

O que aconteceu com todos aqueles problemas do mês passado? Eles estão resolvidos, pendentes ou acomodados debaixo de um manto de felicidade? E quanto aos traumas e motivos para nunca mais querer se apaixonar? Ainda existem? Não sei ao certo. O que eu sei é que apaixonar-se é tão bom quanto apaixonar-se. Assim, desse jeito. Querer ficar junto, abraçar, beijar, falar 25 horas ao telefone jurando que o dia tem 26. É gostoso, e é excitantemente assustador.

Paixão não é amor – e nem poderia ser. São duas faces da mesma moeda. Moeda que também sofre com altas e baixas, inflação e delírios de consumo. Ninguém, nem mesmo o mais comunista dos homens, deixa de sofrer com o capitalismo sentimental que nos pega às 5 da tarde de uma segunda-feira nublada. Mas como pode, hein? Você conhece alguém na fila do cinema e, despretensiosamente, se apaixona. Entra numa sala de bate-papo da internet e, como que por milagre, fica caidinho por quem está do outro lado. E quanto ao ‘amor à primeira vista’? Loucura demais ou uma confusãozinha necessária pra bagunçar a rotina? Perfeitamente normal e excitantemente formidável.

Peço que aproveitem cada momento desse gostar desenfreado, dessa vontade absurda de preencher o vazio amoroso que existe em nós. Apaixonar-se é ver no outro o que falta em você. É ter a certeza de que o homem não é uma ilha. É colocar um sorriso no rosto do tamanho do maior prédio da Terra e fingir pra Deus e o mundo que você está rindo da manjada piada que te contaram hoje de manhã. Apaixonar-se é se doar por inteiro, pagando meia pra uma sessão de um filme de terror no cinema. É fechar os olhos e conseguir descrever cada detalhe da pessoa amada. Apaixonar-se é odiar a ideia de ter que lavar a roupa que ficou com o cheiro do amado. É ter história pra contar. É contar com a sorte. E é, principalmente, excitantemente apaixonante.


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