sábado, 12 de janeiro de 2013

Amores são terríveis, sabia?

Amores não são terríveis. Amores são amores, feitos de alegria, compreensão e beijo na boca. Amores são diários, cotidianamente escritos com caneta esferográfica de tinta preta. Amores são pores do sol no Terminal de Integração da Praia Grande, perto do VLT. Amores são duas almas em perfeita sintonia, alinhadas feito eclipse total da lua. Alinha-se a vontade de ter um amor com a vontade de ser amado. Amor é pecado. Amar é ter com quem pecar.

Amores são terrivelmente belos. Beleza que não se admira em exposição de arte ou desfile de moda. Amores são uns bobos, rolando na grama depois da primeira chuva do ano. Amores se encontram na fila do cinema, em uma sessão esgotada para o futuro ganhador do Oscar. Amores, muitas vezes, nem sabem que são amores. Xingamentos, beliscões, risos amarelos e amores. Afinal, quem está preparado pra amar? Amar não é despreparo, surpresa, estar desengonçado frente ao amor? Amar não é simplesmente amar?

Amores são terríveis. Acabam com o juízo, proporcionam a insônia, afetam o metabolismo. Pra desregular, basta amar! Amores se desencontram tentando se encontrar e acabam perdidos no meio do nada. Amores são decadentes com elegância. Amores são elegantes em decadência. Só não me peça pra parar de amar. Não me peça pra parar de perder o juízo, ficar sem dormir ou manter-me desregulado. Só não me peça pra parar de ser terrivelmente amor.

Amores são amores. E só. Dois, três, quatro amores. Dores. Pores do sol na Praia do Calhau falando sobre ex-amores. E se tu fores pra nunca mais voltar? Fico aqui ou procuro um novo amor? Vou-me embora pra Pasárgada pra ser amigo de quem? Nem o Rei me quer mais em suas terras. Alega que não tenho um amor, desses de contos de fada, desses de poema do Drummond. Minha vida é uma quadrilha, onde sequer J. Pinto Fernandes aparece na história. Cadê você, amor? Vou me precipitar no caos com essa coleção de objetos de não amor. Amores tecem dores. Amortecedores. Freio em mim mesmo. Freio a mim mesmo. Amores são terríveis? Sim, da pior espécie que possa existir!


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