sábado, 19 de junho de 2010

Copa do mundo particular

A cidade diminui seu ritmo aos poucos. O movimento típico de um dia de semana jamais poderá ser comparado com a vagarosidade de um momento como esse. As pessoas correm, coloridas, a fim de terminar todos os seus afazeres, na tentativa de acomodar-se logo em casa ou em qualquer outro lugar só para torcer. Milhões de julgamentos, variados palpites, tímidos pessimismos. Uma só vontade: liberar toda e qualquer manifestação de voz, resumindo todos esses sentidos em apenas um fonema monossilábico: GOL !

Se for em um final de semana, melhor ainda. Dá-se um jeito de não ir à aula, ao trabalho, ao velório - caso seja um sábado. Se for um domingo, aí sim, está tudo liberado. Cerveja gelada, refrigerante para os não-alcoólicos, cornetas multicoloridas, churrasco na brasa, muita comida na mesa, família e/ou amigos reunidos… Tudo vale a pena, mas só se o número de gols não for pequeno.

O Rappa já cantou: “eu quero ver gol, eu quero ver gol, não precisa ser de placa, eu quero ver gol”. Eu também quero ver gol. Quero ver gol do meu time, afinal, também sou treinador. Quero sentir o prazer da vitória, afinal, também sou torcedor. Quero gritar, vuvuzelar, espernear. Quero um 2 a 1 suado, um 4 a 0 estrelado ou um 1 a 0 disputado. Mas eu quero ver gol. Pra que impedir? Escanteio neles, pênalti neles. Gol neles.

Copa do mundo. 32 razões diferentes para torcer. Culturas diferentes. Costumes diferentes. E uma só vontade: vencer! Tornar-se a seleção campeã do mundo e ver-se estampada em todos os jornais, sites, revistas - e etc. - do mundo. Machucar-se às vezes, gritar muitas vezes, discordar quase sempre. Fazer parte da expectativa particular de cada torcedor, de cada apreciador do futebol-arte.

Superstição? Bolão? Telão? Nada disso importa se não houver um monte de outros “ão”: união, emoção, competição, participação, decepção… Porque se um evento como esse não fosse tão importante, não haveria motivo pra essa porção de torcedores gritar a uma só voz, mesmo que em uma torre de Babel: “vencer, vencer, vencer!!!”

Comente com o Facebook:

Um comentário:

  1. Super bem escrito, não podia ser diferente. Ainda me surpreendo com a dimensão que a Copa toma. Ela está em todos os lugares: na presilha de cabelo, na bandeirinha dos carros, nos panfletos de publicidade, na mesinha do cobrador... A Copa é onipresente. E até quem não curte a vibe do futebol (eu!) se sente de alguma maneira motivado a sentar e ver a selação canarinho em campo.
    Abraço, filhote que só me dá orgulho.
    PS.: Eu só tiraria esta citação de O Rappa. Coisa tensa. hahaha

    ResponderExcluir