domingo, 16 de agosto de 2009

Amor ou amizade?

Há uns 3 anos, comecei a escrever a história de Patrícia, uma adolescente de 14 anos cheia de dúvidas e impressões sobre o mundinho em que vive. Criada por mãe solteira, Patrícia passa por tudo o que uma garota da sua idade costuma passar: brigas em casa, romances na escola, afirmação da amizade, descoberta da sexualidade, etc. Uma verdadeira novela…

E, na realidade, era isso que essa história deveria ser – uma novela. Com capítulos curtos escritos à mão em um caderno, durante sábados e sábados à tarde, ao som de rock e ao embalo de uma rede, “Meu Mundo” traz em si uma espécie de conflito entre o que eu sou e o que eu imagino que poderia ser. Além disso, a história tem como pano de fundo principal algo que há muito vem me perturbando: o que vale mais, o amor ou a amizade?!

Por muito tempo, me perguntei quem leria “Meu Mundo” primeiro. Prometera a mim mesmo que seria um amor, mas ficava me indagando quanto à amizade. Será que alguém especial do meu ciclo de amigos não deveria ter a oportunidade de saber o que eu penso de verdade antes de todo mundo? Ou será que um amor verdadeiro mereceria mais compartilhar algo tão íntimo? Na verdade, passei a procurar sustentar o amor à partir de amizades, até escolher alguém pra ler essa história sem sentido nenhum.

Se ela gostou, até hoje não sei. Nem sei se teve tempo de ler, se guardou em sua gaveta perfumada ou se deixou amarelar com o tempo. Descobri que não queria alguém que apenas lesse a história, mas que a discutisse comigo, deitada em uma rede debaixo de um pé de manga. Mas ela não o fez. Hoje, por causa dos meus grandes defeitos, não sobrou nem amor nem amizade e somos apenas passado um do outro. Enquanto isso, Patrícia está parada no tempo com 16 anos de idade, prestes a conhecer alguém que ela vai julgar ser seu verdadeiro amor. E como a gente julga…

Sabe, acho que tá na hora de eu parar de julgar as pessoas. Aceitar certas verdades inescapáveis - como diz Filtro Solar –, procurar magoar menos, crescer e aprender a ser feliz, como me receitaram essa noite. Descobrir de uma vez por todas o porquê de cada atitude minha e refletir sobre elas antes de cometê-las. E evitar que quem esteja do meu lado também a cometa.

Portanto, amor e amizade são dignos de reflexão. Ser amigo de verdade é, acima de tudo, sentir amor pelo outro. Amar de verdade é saber dar valor à uma amizade, não importa a duração dela. Eu amo, amei e vou sempre amar aqueles que um dia eu considerei meus amigos, mesmo que eles fujam da minha presença – e mesmo que essa fuga tenha sido ocasionada por mim mesmo. Se eu magoei, peço desculpas. Decerto, aprendi. Mas me decepcionei um bocado – comigo e com os outros.

E volto à frase de Dave Coelho, um outro amigo que eu perdi por conta própria: “Seus amigos só são seus verdadeiros amigos porque conseguiram a proeza de te aguentar”. Hoje, admiro ainda mais os que tentaram me entender e me aguentar, mas que desistiram no meio do caminho por medo da mágoa ou por terem sido magoados demais. Amizade vale muito mais. E eu só descobri isso quando perdi meus amores amigos…

*Texto dedicado à “menina do pra sempre” e à “Dona Casmurra”

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10 comentários:

  1. "Nem desistir, nem tentar, agora tanto faz"...

    (Tinha que escrever isso logo hoje ?
    =D)

    - Leandro Merlllin

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  2. muitobom
    parabens

    Mente aberta°°°°°Vida livre

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  3. Que história triste, pobre Patrícia, perdida em seus 16 anos, a procura de um amor!

    Essa história foi escrita a três anos, né?!
    Você entregou pra quem eu tô pensando!
    PS: Responda se julgar que deve!

    Pra que isso não aconteça comigo, pretendo lançar Joseph Jasper online!
    Aguarde... ('66)

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  4. Eu fiquei com vontade de ler essa novela.Novela mesmo, com protagonista de 14 anos, tirando Malhação, é curioso.

    Sobre o teu comentário no post do blog: citar Engenheiros foi uma facada no meu coração *--*Eu realmente acredito que se sentimos saudades é pq gostamos, não importa os problemas que vieram depois, no fim foi bom.E é o Carpe Dien que prevalece, no fim, eu espero.


    beijosmil, Mah.

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  5. A amizade e o amor podem assumir a mesma forma, ou não. Saber qual é mais relevante é uma proeza feita por poucos e esses poucos muitas vezes caem apenas em um abismo de erros.
    parabéns pelo blog :*
    Continua ótimo como sempre (sim, eu lia seu blog nos primordios qqq-)
    bjs

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  6. Eu diria que a amizade é o amor sem o viés sexual.

    Sobre a sua pergunta sobre a EY, meu amor por ela não tem nada de platônico. Já me declarei para ela! ela sabe que eu a amo, mas nem tudo na vida são flores.

    Valeu pela dica sobre a postagem. O que mata é que tô sem tempo para nada, mas pode ser que faça isso.

    Um abraço!

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  7. Esse elogio vindo do sr.Marcos, que é um dos meus ídolos juvenis, me deixa muito orgulhosa, sério.
    E sobre o fogo: consome, é verdade, só não sei se isso é bom ou ruim.

    Mah.

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