sábado, 15 de novembro de 2008

Segundo Ato – A Inútil Solidão

Definitivamente, o homem é sim uma ilha. Que me desculpe John Donne ou qualquer outro que defenda o contrário, mas a única coisa que me resta é discordar. Aquela simples ida ao cinema, naquele simples sábado, me fez perceber o quanto somos feitos de nós mesmos.

Não quero, contudo, dizer que todos ao meu redor simplesmente perderam a importância de uma hora pra outra, até mesmo porque não perderam. Naquele momento era o meu momento, o momento de me sentir só, uma solidão que, por sinal, machuca demais…

Namorar, ficar, curtir, enganar, me apaixonar, chorar, sofrer…, tudo isso eu já tentei e nada me fez parar de sentir o que os povos chamam de solidão. Talvez eu tente tudo isso de novo ao longo de minha vida, mas com um certo medo de errar mais uma vez e sempre com a esperança de parar de me sentir sozinho. Ops! Acabo de me contradizer.

Nenhum homem é uma ilha, meus caros. E não falo só de nós do sexo masculino. Até mesmo as mulheres, que tanto confundem nossas cabeças com suas investidas invertidas, também sofrem com esse isolamento. Todos nós necessitamos de um ombro amigo ou de um carinho enamorado. Nada nesse mundo consegue se firmar sozinho, é sempre alguém aprendendo e sempre alguém ensinando, sempre alguém sorrindo e sempre alguém chorando, é a eterna troca pela qual cada um de nós, inevitavelmente, vai ter que viver um dia.

Vou tentar parar de me sentir sozinho. Vou procurar tudo de bom que há em mim mesmo e aproveitar cada vez mais o que essa vida complicada tem pra me oferecer. Sorrir mais, amar mais, viver mais, de uma maneira saudável e cheia de possibilidades. Gozar do meu último mês com 16 anos de idade e partir pras responsabilidades dos 17. Idade de adolescente e mente de gente grande…

A vocês, dessa vez, não um exímio sorriso, mas a inútil constatação de que amar, amar é desnecessariamente necessário:

Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”.

John Donne

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7 comentários:

  1. Sublime, eu até diria...
    Mas enfim, eu já citei isso uma vez, em blogs póstumos. E concordo com sua explanação, afinal, é um estado natural do ser humano abraçar a sua solidão. "Melhor sozinho que mal acompanhado", diria uns mais ferrenhos...

    Mas... Sem os AMIGOS, o que seria de nós?! Cascas vazias em sua ilha...

    Eles ilhas...
    Eu arquipélago...

    Leandro Merlllin
    www.baladadocachorrolouco.blogspot.com

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  2. tem pessoas que gostam de ficar sozinhas...
    tipo eu, eu ás vezes preciso ficr saozinha...
    e naum vejo nenhum mal nisso,
    pelo contrário.

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  3. Eu acho que temos que ter nossos momentos sozinhos, mas não podemos ser individualistas, são duas coisas diferentes...

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  4. As vezes é bom ficarmos sozinhos para refletirmos um pouco... mas permanecermos sozinhos por opção, sei não... não é nada saudável.
    Solidão dói demais!

    Adorei o post!

    Beijoss.. "solidão que nada"...

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  5. Mtooooo booom :D Droga que a solidão é uma droga ;/

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  6. Concordo que nossa felicidade, nao tem quem vir ou se ausentar, de ou por ninguem. Mas, ser um egocentrico, individualista que se acha o umbigo do mundo. Ai ja e demais ne gente.
    E se por acaso tiver a infelicidade, de se apaixonar por uma pessoa assim eu aviso, corra enquanto e tempo!!!
    Absss e mtas felicidades em suas amizades e relacionamentos.

    Como disse nossa amiga acima, " Que solidao que nada!!!"
    COMPANHEIRISMO EH TUDOOOOOOOOOOOOO

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