Quem me acompanha no Twitter sabe
o quanto eu alterno conteúdo em minhas postagens. Bem, isso é mais que comum no
microblog, mas já vi muito perfil que só conta piada, só reposta o que os
outros postaram ou, religiosamente, só publica notícias. Nada contra quem faz
isso, cada um faz o que quer em suas redes sociais, mas esse é apenas um mote para eu
vos apresentar este texto. Como me permito ir além e postar de artigos
científicos a como foi meu dia, resolvi ceder ao poder das hashtags (espécie de
hiperlink precedido pelo símbolo # onde você pode visualizar quem está falando
sobre determinado tema naquele momento).
Na última sexta, antes de sair da
internet, uma hashtag chamou minha atenção. #HoraDaIndireta era a primeira da
lista e assim permaneceu por mais de 24 horas como sendo o assunto mais
comentado do site no Brasil. O objetivo me pareceu bem simples: escrever uma
indireta para alguém que estivesse online naquele momento e esperar a reação da
pessoa. Ou meramente escrever e deixar lá. Confesso que aquilo me fez lembrar
tantos episódios da minha vida envolvendo indiretas que quis testar o poder que
elas têm sobre nós.
O meu “plano” era mais simples
ainda: escrever uma falsa indireta e ver quantas pessoas iriam se afetar com
aquilo. E lá fui eu perder tempo em uma noite de sexta-feira em casa.
Para quem não sabe, “Candy” é uma
boate gay de São Luís. A intenção não era depreciar a opção sexual de ninguém,
apenas mostrar de alguma maneira o quanto nos importamos com o que é publicado
na internet, principalmente algo revelador como “uma menina que todos conhecem
como exemplo a ser seguido beijando mulheres em uma boate”. Logo surgiu
a pergunta: “quem é essa?”, expressa assim:
Não resisti. Acabei contando para
quem fez a pergunta que aquilo era só um teste para ver o quanto as indiretas
afetam as pessoas. Imediatamente, alguns outros seguidores curtiram a ideia e
foram tweetando frases ácidas, cuja veracidade infelizmente não posso
confirmar.
Teve até quem ficasse triste
porque seus “alvos” não estavam no Twitter naquele momento:
No mais, o “tempo perdido” valeu
a pena. Percebi o quanto a gente se torna infantil postando indiretas na web. O
quanto eu era infantil em namoros passados postando frases ofensivas para quem
só queria distância de mim. Hoje consigo controlar bastante isso, o que não
significa dizer que eu não mais o faça. A indireta existe para que você coloque
para fora o que tem medo de dizer. Bate um alívio, uma sensação (boba, efêmera,
mas ainda assim especial) de estar por cima da carne seca, de saber que aquela
pessoa vai ler e que aquilo vai afetá-la. Gostoso mesmo é quando a indireta é
terna, meiga e engraçada. O alvo vai saber que aquilo é para ele – e, de quebra,
ainda dará um sorrisinho.
Também há os casos em que as
indiretas podem resolver um problema que você não quer ou tem medo de encarar.
Pode ser a saudade de uma paixão antiga, o desejo de não ser perturbado à noite
ou a tentativa de dizer para um amigo que ele faz falta.
No mais, indiretas são saudáveis,
mas desde que seguidas algumas orientações. Não se deve viver só delas ou em
função delas. Se alguém mandou ou disse uma dessas frases e você sabe que era
para você, duas opções: responda e relaxe ou não responda e relaxe. Nada de
criar grandes barracos em locais públicos ou nas redes sociais, no espaço
destinado a compartilhamento de informações – além de correr o risco de perder
amigos, você ainda vai gerar assunto para muito desocupado por aí. Evite ser visto(a)
como o chato(a) dos lugares onde frequenta, sejam eles reais ou virtuais. Cresça!
Etiqueta indireta, todo mundo deveria ter. Ou, pelo menos, fingir que tem.
Te vejo na sala de aula e você nem me nota. Uma DIRETA. Mas nem tanto.
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