24 de Dezembro. O Marido beija a
Esposa e exala o perfume novo que ganhou da prometida como se não houvesse amanhã.
O Filho de 16 anos veste uma roupa nova que ganhou da mãe protetora e passeia
pela casa com a 18ª Namorada. Comida não é problema. Na mesa posta, várias
opções para um jantar que só pode ser servido à meia-noite, preparado
especialmente pela mulher que mais gosta de cozinhar nesse mundo: a Esposa. Os
Tios chegam trazendo os Avós, meio desconsertados pela idade avançada, mas
cheios de histórias. A Prima começa a flertar com o Filho e a Namorada do Filho
imagina uma cena de ciúme explícito, mas se contém, afinal é noite de Natal. A
felicidade reina e a falsidade também.
Intervalo entre 25 e 30 de
Dezembro: favor ler o primeiro parágrafo (com exceção do futebol, que, nessa
época, é substituído por comédias duvidosas).
31 de Dezembro. O Marido traz uma
caixa de fogos de artifício e promete “passar a virada” tocando foguetes, o que
não faz desde os 12 anos de idade porque queimou a mão acidentalmente. A Esposa
liga para as amigas e procura uma festa animada, de preferência com comida
pronta e boa música, para fazer o Marido desistir da ideia boba. O Filho
passeia pela casa com a 19ª Namorada (leia-se: a Prima). Todo mundo resolve, em uma
conversa pacífica, passar o “Ano Novo” na praia. O Marido põe a bermuda branca
que ganhou no amigo invisível da empresa, a Esposa coloca o vestido que mandou
fazer na costureira e o Filho continua beijando a Prima, pouco se importando
com o que usar.
1º de Janeiro. Um trânsito
infernal na hora de voltar da praia. A Esposa passa mal graças a um marisco
que comeu horas antes por lá. O Marido, depois de umas 5 cervejas, começa a dizer que avisou para ela não comer “porcaria” e que deveriam ter ficado em casa iluminando o céu do bairro com os tais fogos. Os dois
brigam. O Filho e a Prima encontram uns amigos e se drogam na areia. Já é quase de manhã. Aparentemente, tudo voltou ao normal. Com gosto de Ano Novo, com jeito de vida
velha...
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