Antes de compartilhar algumas
dessas minhas observações com vocês, gostaria de responder a um questionamento
feito por uma amiga tempos atrás sobre o que era melhor: ir sozinho ou
acompanhado para as festas. Imediatamente – isso logo depois de terminar um
namoro – respondi que era melhor ir sozinho, até porque desacompanhado você tem
chance de exercitar seu lado conquistador, de partir para o ataque – coisa que não precisa mais fazer quando já tem uma namorada. Entretanto, depois de
algumas baladas na condição de solteiro, descobri que sou um fracasso na arte
de conquistar pessoalmente.
Já me ensinaram milhões de formas
diferentes pra “estabelecer conexão” com uma menina durante essas festas, mas
eu simplesmente não consigo colocá-las em prática. Sou mil vezes melhor na conquista cibernética,
onde a abordagem se faz adicionando a pessoa – sem que você veja a reação dela
durante o “flerte”. Isso significa dizer que ir acompanhado, seja com sua
namorada ou ficante, torna as coisas bem melhores pra alguém tipo eu. Mas ir
com os amigos ainda é bem mais divertido.
Voltando às considerações
iniciais, e as meninas, como se comportam na balada? Nos lugares aonde vou, é quase
unânime: um grupo de amigas que se reúnem pra beber e dançar sem
necessariamente querer um homem por perto. Salto alto, maquiagem forte, vestido
curto ou calça colada. Um estilo feito pra chamar a atenção de quem elas
simplesmente ignoram. Poucos são os relacionamentos que dão certo a partir de
uma festa nesses moldes. É tudo frívolo, sem sentido, egoisticamente ébrio. Ah,
existem exceções!
Os homens partem para o ataque. Aproximam-se,
falam qualquer coisa, beijam e pronto. Saem novamente em busca de mais vestidos
curtos e comida para seus olhos famintos de desejo. Mais uma dose de cerveja
cara (porque nesses ambientes nunca dá pra usar a ideia do “gole de cerveja
barata”), outra olhada correspondida e bingo. É assim a noite toda. A balada
transformou-se em uma selva onde vence o mais despojado, o mais bem vestido e o
mais cafajeste.
Os casais de namorados se
desentendem, quase sempre por causa de uma olhadela descompromissada do rapaz
para aquela menina de 16 anos que entrou no local com a carteira de identidade
falsa. As mulheres reclamam porque as mãos dos rapazes passeiam por seus corpos
como carros em asfalto novo. Como se elas não tivessem metade da culpa ao
usarem panos tão minúsculos que decerto não encobrem suas vergonhas. Quem não
dança, fica olhando quem sabe dançar. Quem sabe dançar, fica procurando quem o
veja dançar. Uma guerra de egos em meio a luzes intermitentes.
No final da festa, a casa vai
ficando vazia. É a hora do tudo ou nada, do agora ou nunca. Os últimos
solteiros sobram e tentam fazer xeque mate nesse xadrez noturno, onde a única
intenção é honrar sua própria moral, abalada por até agora não ter conseguido
um beijinho sequer. Isso porque eu nem falei dos funcionários cansados e
sonolentos que se escandalizam com beijos triplos e vômitos sucessivos enquanto
tentam tirar garrafas de cerveja do chão. “No meu tempo não era assim”,
condenam com olhares reprovadores.
No mais, prefiro sair e ver com
meus próprios olhos cada uma dessas relações repletas de necessidade de autoafirmação,
tentativa de suprir carência ou simples desligamento programado do mundo. A
qualquer momento, quando eu decidir – e aprender – me tornar um deles, mudo de
opinião quanto a ir sozinho ou acompanhado nesses ambientes. Por enquanto, só
quero dançar mesmo sem saber, olhar pra elas sem perguntar seus nomes e admirar
cada pessoa que escolheu estar ali pelo mesmo motivo: ser feliz efemeramente!
A vida é chata, mas ser plateia é pior...
Sou mesmo uma alma muito idosa, para não reconhecer na minha vida nenhuma dessas descrições. Mas pelo senso comum que me cabe, arrisco em concordar com você, apesar de eu não fazer o estilo de quem procura uma companhia em uma festa qualquer.
ResponderExcluirps.: e desde quando você ingere altas doses de álcool? hahaha
Beijos!
Amigo, excelente texto.
ResponderExcluirCompartilho várias de suas opiniões.
Nunca fui muito de sair pra baladas. Casei cedo e só vim gostar disso depois de casado. haha
No entanto, ir pra balada casado, perde muito em qualidade. Esse jogo da sedução que deixa a gente vivo, fica de lado e a festa perde 90% da graça.
O que sugiro é que em ambientes assim, o importante é não forçar nada, deixar rolar. Se você nasce bonito, fica até mais fácil.
Abraços, @AnonimoFamoso. :)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns pelo blog, seus textos são otimos.
ResponderExcluirO blog S.O.S Fashion-Makeup vai mudar, vai ficar de cara nova e ta vindo com muitas novidades. Confira:
http://sosfashion-makeup.blogspot.com/
Muita verdade pra um texto só hahah A vida por si só é uma comédia, não acha? Criticamos aquilo que nos falta coragem de fazer, rimos, choramos, acreditamos. Não estou falando coisa com coisa agora porque seu texto me fez ter várias lembranças e em instantes vou transcrevê-las para o papel. Obrigada pela inspiração. Ótimo texto. Espero sua visita no meu blog mais vezes. Obrigada :)
ResponderExcluirCara você escreve bem... Massa ... Talvez eu te acompanhe ae neste blog que descobri ...
ResponderExcluirComparando com o texto que tu leste em meu blog, é exatamente isso. Eu por exemplo, fui uma das pessoas que foi pra balada só em busca de dançar e beber, e deixei o tal carinha no grupo dos que "Aproximam-se, falam qualquer coisa, beijam e pronto". E como existem as exceções, eu não era a tal menina do vestido curto ou da calça colada.
ResponderExcluirAdorei teu blog e vou acompanhar sempre. Texto muito bom.
Beijo!