terça-feira, 23 de setembro de 2008

Indústria Cultural (Trabalho de Sociologia)

Desde o século passado, a alienação já era discutida de forma racional. De que maneira somos consumidos pelo consumismo?! De que forma nos tornamos alienados diante de alguns meios de comunicação?! Foi pensando nisso que Theodor Adorno (1903-1969) acabou escrevendo a obra “Dialética do Esclarecimento”, onde o termo Indústria Cultural apareceu pela primeira vez, numa referência clara aos meios de comunicação em massa.

Mas qual seria o mal dessa tal Indústria? Adorno costumava dizer que “A Indústria Cultural impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente”. Vejamos se é possível entender. O que o filósofo alemão queria dizer era que, se deixássemos a alienação tomar conta de nós, seríamos presa fácil do sistema, viveríamos baseados nos gostos alheios, anseios de terceiros, sem a formação de um caráter ou até mesmo de uma opinião própria.

O que era temido por ele, infelizmente, acabou acontecendo. Hoje em dia, a mídia nos coloca a disposição milhares de motivos pra vivermos enganados (ou parcialmente enganados) por ela. Deste modo, a obra de Adorno torna-se super atual, discutida por muitos estudiosos da área.

Em um cinema, por exemplo. Você vai ao cinema apenas para assistir a um filme. Mas ao chegar no local combinado, você se vê obrigado, pelo sistema, a comprar pipoca, refrigerante, docinhos e quem sabe um daqueles óculos 3D pra poder assistir ao filme, também em 3D.

O principal motivo dessa disseminação da Indústria Cultural está relacionado ao crescimento inevitável do capitalismo. Na época em que “Dialética do Esclarecimento” fora escrita, o capitalismo passava por um período de fortalecimento, onde a humanidade vivia doente, baseada na lei do comércio, dinheiro acima de tudo e de todos. O nascimento dessa mazela vem dos tempos da Primeira Revolução Industrial, consolidando-se com seu segundo período. É nessa época, por exemplo, que se vê crescer o individualismo, que, segundo Adorno, seria o fruto dessa Indústria Cultural.

É importante ressaltar que, nessa Indústria, o homem não passa de mero instrumento, ou seja, objeto. É ele o alvo de tudo. Das promoções-relâmpagos aos descontos de 5% dados em uma loja. Até o seu próprio lazer torna-se um complemento ao trabalho, por isso tantas opções de bares, casas de festa, etc. Ainda no comércio, a dúvida impera: que produto escolher? O mais barato, o mais caro, o melhor? Que nada! Todos estão ali, basta pegar o mais bem embalado e mais colorido e levar. Pegue leve.

E o problema do consumismo? A Indústria Cultural cria o produto, torna-o supérfluo e acaba fazendo o objeto (homem) consumi-lo, de forma a não critica-lo, muito menos escolhê-lo. É a alienação tomando conta de uma sociedade gravemente doente e sem previsão de cura.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

São Luís do Maranhão

O que dizer de uma cidade cheia de encantos e belezas naturais, às vésperas de completar 400 anos?! O que escrever a respeito de uma cidade simples, que foi se adaptando com o tempo às várias mudanças sociais?! O que falar das lendas, das histórias populares contadas por quem tem muito mais o que contar?!

São Luís completa hoje, 8 de Setembro de 2008, 396 anos de história. Uma história de luta, adaptação e de muita beleza. Foi nessa cidade que passei (e passo) meus primeiros 16 anos de vida. Aprendi muito com ela. O bê-á-bá, os primeiros cálculos, os primeiros passeios, os primeiros amores... Não sei o que o futuro me reserva, mas de antemão garanto: São Luís fez, faz e sempre fará parte de minha vida!

Capital do Maranhão, São Luís vive hoje o reflexo de um passado carrasco, onde batalhas por posse, tomada de igrejas e diversas formas de colonização, a fizeram mais forte. Mais forte devido a sua beleza única, que nenhuma outra capital do Brasil, quiçá do mundo, tem. Vivo feliz em saber que a cidade em que vivo é Patrimônio Cultural da Humanidade.

São Luís é a única cidade do Brasil fundada por franceses, sob o comando de Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière, um nobre da época. As tropas da França chegaram à cidade em 1612, e o tal nobre logo tratou de construir um forte a que nomearam São Luís, em homenagem a Luís IX, patrono da França, e ao rei francês da época, Luís XIII.

Porém, há controvérsias em relação a isso. Já que os franceses acabaram sendo expulsos por Alexandre de Moura em 1615, dando espaço aos colonizadores portugueses, que trouxeram praticamente toda a azulejaria conhecida hoje, e só construíram um forte, ao invés de uma cidade, há de se convir que os verdadeiros colonizadores da terra seriam os portugueses. Contudo, São Luís também esteve sob o controle de holandeses, o que aumenta ainda mais a discussão.

Minha cidade faz história todo santo dia, com suas festas, sua cultura popular, como o Bumba-Meu-Boi, o Cacuriá, o Tambor de Crioula, o Tambor de Mina... De um lado o clássico, beirando o bucólico, de um outro o moderno, beirando os problemas. Problemas esses que existem, mas que hoje vou me privar de falar.

A Cidade dos Azulejos, a Atenas Brasileira, a Ilha do Amor, a Ilha Bela, a Jamaica Brasileira e tantas outras denominações, todas, demonstram no significado de cada uma delas, como é bom poder sair pela cidade e ver que o passado ainda existe e que o novo também está ali, respeitando seu espaço, ao passo que é de um imenso prazer poder dizer que sou cidadão ludovicense. Falo com entusiasmo, pois sei exatamente o que é ser daqui, dessa terra, desse chão e enfrentar todos os dias as mazelas do mundo atual, olhando pra janela e vendo que tudo, se depender desse clima, desse povo, dessa receptividade, que tudo ainda tem solução.

Parabéns, São Luís. Desejo tudo de bom pra ti! Que teus governantes saibam cuidar bem de ti para que chegues aos 400 como uma bela jovem, aquela por quem primeiro me apaixonei quando vi andando por uma de tuas ruas. Que daqui a 4 anos muita coisa mude, mas mude pra melhor, e que eu seja mais feliz ainda em dizer que amo a cidade em que vivo!

E você, leitor, venha conhecer minha cidade. Garanto-te que não vai se arrepender. Daqui a 4 anos ela vai mudar mais ainda, espero. Mas 4 anos é muito tempo...

São Luís do Maranhão